Osvaldo Dias está
a sentir-se preocupado.
COMO EU CONSIDERO A GUERRA, DITA DA UCRÂNIA
OU, COMO DIZEM NAS TVs, GUERRA NA EUROPA…
UM POUCO DE HISTÓRIA PARA NOS SITUARMOS
As duas nações e povos, em questão, têm a mesma matriz fundadora… Aí pelo século IX, da nossa era… gentes que, alguns séculos antes tinham saído, das terras escandinavas e desviando-se para oriente… desceram, depois, os cursos dos rios, entre os quais o Don e o Deniepre, fundaram um reino próspero nas terras férteis que são hoje as do norte da Ucrânia, com belas terras aráveis, pastagens e produções cerealíferas, que tinham como centro administrativo a, já nessa altura, importante… cidade de Kiev…
Kiev se designava, tanto a cidade como as suas vastas e ricas terras envolventes, o “Reino de Kiev”. Ao povo que, então, aí habitava se chamava os rus ou rotr que, ao que dizem os incunábulos, quer dizer “remadores” por fazerem os seus caminhos pelos rios em barcos a remos… Foi a partir desse reino que derivaram os dois povos de ascendência eslava, os dois povos irmãos, o povo russo e o povo ucraniano que, em geral têm tido séculos de boa convivência fruindo, em harmonia essas terras fecundas e esses mares aprazíveis, que, parece terem começado a despertar a cobiça dos predadores de Além-Atlântico…
A GUERRA DA UCRÂNIA
Esta guerra dita, pelos bem pensantes e pelos média corporativos, “GUERRA DA UCRÂNIA” pode, com verdade, ter várias designações, mas…
da Ucrânia não… a Ucrânia, relativamente a esta guerra é, apenas “bucha de canhão” ou carne para canhão, porque ela é, isso sim, uma guerra da NATO com a Rússia e, sendo da NATO é uma guerra, por procuração, efetivamente, dos EUA com a Rússia, os restantes são sátrapas do Império que, visando o domínio “UNIPOLAR” tem, desde há trinta anos aos nossos dias, conduzido uma guerra pelo domínio absoluto do planeta.
Embora o processo de domínio já viesse de muito antes… podemos considerar esta fase, essencial, a começar, no princípio dos anos noventa do passado século, nos Balcãs, o ataque à Jugoslávia… passando pela Sérvia, Iraque, Afeganistão, Líbia, Síria, Palestina, Iémen, sem esquecer os assédios à África e América Latina e sempre com o olho guloso no Irão, Coreia do Norte, China e Rússia… em que a Rússia sempre foi considerada o “osso duro de roer” e, daí os processos predatórios, usando elementos traidores como o alcoólatra Yeltsin e outros, levaram à queda da URSS ou ao processo do Maiden, 2013 – 2014, em que foram ali gastos, pelo Império, milhões de dólares e em que a dupla Sr. Biden e Sra Nuland foram fundamentais agentes, num processo que começou com uma “Revolução Colorida” e “RUSSOFÓBICA” que acabou pondo no poder governantes p’ró NATO e p’ró Império, implementando, depois, com uma guerra fratricida, como veio a acontecer, um morticínio das populações do leste (Donbass) de etnia russa, e continuando, sempre, com quadros da NATO, uma preparação de extrema direita, p’ró nazi e levando a cabo uma limpeza ideológica, cultural, política, partidária e linguística… à revelia da História e da Cultura ucraniana e russa e da sua matriz fundadora…
Nesta guerra que começou em 24 de fev2022, depois da Rússia, acossada e pressionada por um aparato bélico, de proporções gigantes, em quantidade e qualidade de meios militares, próximos das suas fronteiras e com raio de ação suficiente para atingir o coração da Rússia e, depois de uma luta intensa por parte da “Grande Nação Russa” pela busca da via diplomática e negocial para resolução dos problemas e dissídios que afetavam a segurança comum… nomeadamente, o não avanço da NATO para leste, a não transformação da Ucrânia numa base de assalto da NATO à soberania russa, a não deslocação de mais armas e meios militares humanos e materiais para a Ucrânia, o cumprimento dos “ACORDOS DE MINSK” e outros quesitos, como a não colocação, em solo ucraniano, de armas nucleares, a paragem da violência contra as populações do Bonbass e o uso e abuso de ações visando colocar em perigo a soberania da Rússia…
Enquanto isto acontecia… só quem estava muito distraído é que não se apercebia que havia, por parte da NATO, na prática, toda uma preparação, dentro do território ucraniano para uma ação que, dominando o leste, dominasse os mares Negro e de Azov e dominasse a Rússia, por asfixia…
Nos tempos imediatamente próximos do 24fev22 a Ucrânia tinha deslocado efetivos de mais de cem mil militares para a linha de contacto com o Donbass… enquanto a NATO continuava a concentrar forças nos países da NATO mais próximos da fronteira russa, exemplos da Roménia e da Polónia… Segundo os russos… eles, russos, ter-se-ão apercebido que o assalto às Repúblicas de Donetski e Loganski estava marcado para 28fev22 com vista ao domínio total dos mares Negro e de Azov, num cheque-mate à soberania russa e, por essa razão tiveram que apressar-se e, porque sabemos esses mares são imprescindíveis à soberania russa, sem eles a Rússia seria uma nação asfixiada em si própria sem condições de sobrevivência futura e foi obrigada a avançar para uma guerra absolutamente, existencial…
Nós, também, todos/as sabemos, só os indiferentes não saberão isto… Que, tanto a Rússia como a Ucrânia são países essencialmente europeus e têm sido, ao longo de séculos, no seu conjunto, uma espécie de celeiro da Europa e, para uma sobrevivência condigna da Europa, em termos alimentares e energéticos, a relação harmoniosa tanto com uma como com a outra destas nações seria imprescindível… também sabemos que, sendo a Rússia a maior das nações em território e em produção de bens, a Rússia é, também, uma nação “euroasiática”, pela localização e extensão territorial…
Sabemos ainda que, pelo espírito russofóbico que nos têm inculcado, desde tempos imemoriais, nas escolas, instituições e comunicação social, a Rússia, com outros grandes países, mais a leste, iniciaram um processo que visa organizarem-se no espaço da Eurásia e já está em adiantada formação esse “BLOCO” que irá marcar as mudanças, essenciais do mundo futuro em termos científicos, técnicos, tecnológicos, culturais, militares, políticos, financeiros, comerciais e económicos… ao que parece, a Rússia fornecedora a preços mais económicos, de bens energéticos e alimentares está preparando um adeus à Europa… Não há problema… nós, portugueses, já estamos habituados a apertar o cinto e a tremer com frio… por isso se o gás de xisto não resolver o problema é só uma questão de passarmos a tremer um pouco mais e adaptarmos, não por excesso mas por diferença, a nossa dieta alimentar…
A busca e criação de uma moeda de referência, que seja alternativa, no SISTEMA BANCÁRIO MUNDIAL, ao dólar predatório… já está, também, em marcha e faz parte desta guerra.
Talvez uma das nuances mais importantes, para a dignidade futura de povos e nações, é a resolução do dissídio entre o mundo “UNIPOLAR” e a sua reversão para um mundo, de novo, multipolar em que cada nação e povo possa voltar a ter voz no contexto das nações… Possivelmente, nascerá uma nova e mais independente e harmoniosa “SOCIEDADE DAS NAÇÕES” sem tutelas opressoras…
Matos Serra.
Com um abraço a todas as pessoas de boa vontade…(o meu obrigado pelo esclarecimento vai a minha partilha)
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