quarta-feira, 27 de abril de 2022

A GUERRA E O SEU DESFECHO / OPINIÃO Sob o título em epígrafe, escreve José Manuel Correia Pinto no seu portal do FB:

 

Pode ser uma imagem de fogo, ao ar livre e texto que diz "GUERRA NA UCRÂNIA"
A GUERRA E O SEU DESFECHO / OPINIÃO
Sob o título em epígrafe, escreve José Manuel Correia Pinto no seu portal do FB:
"Nos primeiros dias da guerra cheguei a admitir que ela seria muito breve e terminaria com a rendição da Ucrânia .
Os factos demonstraram antes do fim da primeira quinzena que esta previsão estava errada. A Ucrânia estava muito mais bem armada do que se supunha, os alvos atingidos nos primeiros dias foram gravemente danificados, mas ficaram muito longe de ter a importância e a dimensão que se supunha. E, finalmente, um outro factor parece a todos ter surpreendido: a vontade de os ucranianos se defenderem.
Posta perante estes factos, a Rússia reconsiderou o seu plano de operações, que tinha em vista múltiplos objectivos, entre os quais uma mudança de governo em Kiev, e circunscreveu-o a um outro, menos ambicioso, mas nem por isso mais fácil de alcançar : ocupação de toda a região do Donbass incluindo toda a orla marítima do Mar Azov e, tanto quanto se depreende, extensão dessa ocupação por toda a orla do Mar Negro ligando a respectiva região ao enclave da Transnistria que por esta via deixaria de ser um território encravado, destacar-se-ia da Modavia, e passaria a ter acesso ao Mar Negro, beneficiando de uma cidade portuária como Odessa .
Este plano ainda está longe de ser concretizado em toda a zona leste ao norte da Crimeia e muito mais longe ainda na zona oeste a norte desta península.
As dificuldades que estão a existir no que respeita ao domínio total do Mar Azov tem a ver com o facto Mariupol esconder algo muito importante nas catacumbas da zona fabril, de o que resta do Batalhão Azov recusar a rendição por haver a convicção de que ela corresponderia à execução sumária dos seus membros dado o passado das suas acções contra os opositores ao regime saído do golpe da Praça Maidan, e de naquelas catacumbas mais de mil pessoas estarem a ser usadas como escudos humanos contra o exército russo.
E dificuldades referidas decorrem também de a tal zona oeste a norte da Crimeia estar ainda, em grande medida, sob controlo ucraniano..
A Rússia, apesar de no plano convencional ter clara supremacia militar sobre a Ucrânia, tem pela frente uma guerra de muito mais longa duração do que a inicialmente prevista.
A isto acresce o facto de a Ucrânia continuar a ser fortemente rearmada pela NATO , principalmente pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, o que lhe permitirá a constante utilização de meios mais do que suficientes para instabilizar a presença russa nas zonas ocupadas, qualquer que venha a ser o seu destino. Ou seja, o meu raciocínio é o seguinte: mesmo que a Rússia conquiste toda a área compreendida no plano reformulado, inclusive as franjas marítimas dos dois mares, como a Ucrânia se não rende e continua ser diariamente rearmada, a Rússia ficará sujeita a um assédio permanente das forças ucranianas. E como não creio que a Rússia esteja em condições de aceitar por tempo indeterminado a continuidade desse assédio, estimulado e apoiado pela NATO e ditado pela disponibilidade dos ucranianos para o combate, eu acredito que para pôr cobro a esta situação venha a pôr em prática medidas radicais. Medidas radicais será o uso de armas nucleares táticas em território ucraniano.
E perante isto, o que fará a NATO? Retaliará no mesmo plano, seja directamente seja mediante a cedência aos ucranianos de armas da mesma natureza?. E a partir daqui ...
Por outras palavras: ou a Ucrânia se rende e aceita o essencial das condições impostas pela Rússia ou não se rende e teremos um conflito nuclear que terá como alvo central a Europa, além da Rússia e dos Estados Unidos..
De nada adianta argumentar que a Ucrânia tem o direito de se defender ou que a NATO tem a obrigação moral de ajudar a Ucrânia. Nem uma nem outra dessas considerações resolvem a questão .Daí que seja de perguntar:
É isto o que querem os europeus, os portugueses? Esta guerra é nossa? Ou é de alguém que manda em nós?"

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