segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

AS LENDAS DE CASTELO MELHOR

AS LENDAS DE CASTELO MELHOR, COMO A MAIORIA DAS LENDAS QUE CONHEÇO, SÃO ELEMENTOS DA VIDA DOS POVOS, OU DOS SEUS ACTOS, MUITO SIMPLES DE EXPLICAR E DE FIXAR! AS DUAS DA MINHA ALDEIA NÃO FUGIAM À REGRA! COMO ME PARECERAM TER ELEMENTOS QUE PODIAM DAR A BASE PARA FICCIONAR, EXPERIMENTEI ! E GOSTEI! SEGUE-SE A PRIMEIRA, A DOS CASTELOS:


                                 A LENDA DOS CASTELOS

          Quando de lá saí, em finais de Setembro de 1952, não havia água canalizada, nem eletricidade, nem telefone, nem estradas, nem um único doutor ou engenheiro, nem sequer as gravuras que, segundo me garantem e eu acredito, já para ali estavam há mais de trinta mil anos! É muito ano! E sempre tão disfarçadas que nunca se denunciaram; até que um dia... Lá voltaremos.
          Mas havia o castelo, a igreja, duas escolas primárias - hoje do primeiro ciclo - uma para os rapazes e outra para as raparigas, nada de misturas; havia também umas largas centenas de pessoas, perto de mil, ufanas da sua terra, a maior parte delas; todas não, como é costume, mas as que o eram tinham por lema dizerem-se de “Castelo Melhor, dos pimpões”, expressão que vinha de um velha quadra popular na zona, que rezava assim:

                       
                      Muxagata das tomatas
                           Vila Nova dos ladrões
                           Almendra dos Urtigões
                           Castelo Melhor dos pimpões.


 



          Poderíamos tentar encontrar uma explicação para aquela vaidade toda, mas tal como está é que me parece bem. Assim, há que não mexer.
          Havia muitas fragas e terra, pouca, mas ia dando, desigualmente como é hábito, para todos viverem, mal quase sempre, sem assistência médica ou outra, a não ser o doutor Caldeira, que morava em Almendra, a tal dos urtigões, e que uma vez por semana ia a Castelo Melhor, onde nasci e vivi até aquele Setembro distante.
          Como disse lá atrás tinha um castelo e tem-no ainda e como já vimos não se trata de um castelo qualquer, mas o Castelo Melhor!
          Desengane-se quem acidentalmente, possa ler este apontamento e não conhecer o castelo; é uma muralha, construída em torno da crista de uma colina e todo o seu miolo é um aglomerado de xisto, que sobressai bastante acima da muralha ou do que dela resta.
          O qualificativo de “Melhor” tem a ver, como quase sempre sucede, com uma lenda que lhe está subjacente e que, em traços largos, é mais ou menos assim:
          Na tribo de origem dos meus longínquos antepassados, habitantes de um outro castelo – o Calabre – que nunca soube exactamente onde ficaria e que também tem a sua lenda, e se lendas são não se lhes deve tocar para que se mantenham como tal e mantenham a natural beleza da lenda.
          Deve ter sucedido algo de anormal, lá para o Calabre, se calhar desentendimentos sobre chefia ou governação má ou então, o que não seria de todo impossível um conflito de gerações, como hoje se vai chamando quando uns querem só os direitos e outros não querem só os deveres; o que é certo, é que o grupo se cindiu, e uns quantos, à falta de outros argumentos melhores, decidiu separar-se e no acto de despedida, em jeito de ameaça e também desafio, prometeu, aos que ficavam que ainda iriam ter um castelo melhor.
          Eu estou convencido, mesmo que não conste da lenda e muito menos da estória, que o grupo dissidente já devia ter andado por aquelas paragens, nos seus passeios a pé ou montados nalgum animal que já tivessem por sua conta e domesticado ou durante as caçadas, que por certo fariam; e deviam ter já reparado que havia para aqueles lados, bons locais para fazerem um castelo ou outra estrutura defensiva; lá está, defensiva, é por que algo temiam. Vamos em busca do que temeriam.
E agora, sem querer interferir nas voltas que a vida daquela gente terá dado, acho que outra lenda, se lhes atravessou no caminho, antes de definitivamente se decidirem por aquele local da fortificação.
Estou a imaginá-los a olharem em volta, vindos dos lados do Rio Douro, que não sei se já se chamaria assim, mas tudo leva a crer que já por ali corria, à milhares ou milhões de anos, com algumas alterações que a natureza foi por certo introduzindo, mas quando digo milhares ou milhões de anos é porque já há muito chovia, muito nalguns períodos e nada noutros, como hoje sucede.
Dizia que, vindos do lado do Douro e quando chegaram ao Alto de Santa Bárbara, que não podia ter esse nome, nem outro, e muito menos teria a capela, devem ter visto, logo no primeiro plano, à direita, a serra, sem nome como hoje, só serra, que ia crescendo em declive irregular vinda dos lados do Rio Côa e do lugar onde se junta ao Douro, acabando num penhasco de xisto de onde se via tudo em redor.
O citado rio Côa, tal como Douro, não sei se teria já esse nome, mas que por ali já corria há milhares de anos não pode haver dúvida, ou então as tais gravuras não podem ter trinta mil anos, já que é nos penedos que estão junto à margem que os riscos foram feitos, não sei por quem, e se soubesse não dizia, pois não só não tenho feitio de denunciante e muito menos tratando-se de conterrâneos meus.
Terão visto também, lá mais ao fundo, a colina, bem mais pequena na altitude, mas mais equilibrada para fazerem um castelo; parecia um requeijão quando vista de mais perto.
Embora aquela ponta da serra fosse o que mais lhes agradara e melhor servia para organizar a defesa ou dos escassos meios tirar proveito, pois bastaria largar uns calhaus em direcção às hordas assaltantes e que, com a velocidade vertiginosa que, de certo, adquiririam, levariam tudo à frente, como bem me lembro das “galgas” a descer a Cabreira, ou os Cascalhais, a saltarem como loucas, por cima de árvores e outras rochas, partindo pelo caminho tudo o que à frente se lhes atravessasse, só parando quando e desfaziam em pedaços pelo caminho ou então quando atingiam os leitos dos rios, Douro ou Côa, conforme se tratasse da Cabreira ou dos Cascalhais.
Aquela ponta da serra era a mais indicada à primeira vista, como já disse, por ser sobranceira a todas as outras a vários quilómetros em redor, mas teve de ser rejeitada por dois motivos, ambos de inegável valia a ter em conta: o primeiro era de natureza estratégica, por não ser fácil defender com vantagem o lado virado à foz do Côa, do lado do Orgal, só citado para melhor orientação, pois o lugar não existia na época em que nos reportamos, assim como os que atacassem do oeste por a serra quase não ter declive durante muitas centenas de metros; podiam colocar sentinelas, mas gente com essas características não devia fazer parte dos planos, até porque o grupo dos dissidentes não era muito numeroso e funcionava melhor quando em ataque agrupado.
O outro motivo, de natureza divina, bem mais complicado que o estratégico, como se veio mais tarde a comprovar, é que foi na ponta do rochedo que, em tempos não datados, mas que teria a ver com a distribuição dos espaços entre as forças celestiais, o Anjo Gabriel, embaixador do Céu, desceu e dali contemplou a beleza e também a pobreza de toda a imensidão envolvente; e tão necessária achou a sua definitiva guarda, que decidiu que ali devia ser erguida uma sua morada. E embora estivesse distante o tempo que mediava entre a construção do castelo e a morada para o Anjo, a verdade, salvo seja, é que os mediadores acharam que deviam ceder à vontade divina, não só por ter direitos adquiridos e que naquele tempo eram bem mais respeitados do que o são agora, mas também porque não iam desencadear uma guerra entre o Céu e a Terra, tanto mais que foi para evitar uma guerra entre família que deixaram o Calabre há já uns dias; a dormirem ao relento, mal alimentados e cansados. Em suma, nada de guerras e mãos ao trabalho, ficando assim assente, que o castelo iria ser construído lá em baixo, na colina que parecia um requeijão, não sei se haveria tal iguaria naquele tempo, mas se não havia, não souberam nem saberão o que perderam.
O Anjo Gabriel convocado para a ultimação do acordo, abençoou o grupo e prometeu-lhe que, lá do alto, com ou sem morada própria, zelaria, para que tudo corresse bem e que não mais teriam de se incomodar. Um dia mais tarde, isto é forma de dizer, mais hoje que naquela altura, pois hoje se não perdoa um segundo de atraso ou avanço, mais de atraso que de avanço, e naquele tempo, o dizer um dia mais tarde, podia muito bem ser um século, ou vários, um dia mais tarde, dizia o Anjo, ainda os vossos descendentes irão construir a minha casa, aqui neste sítio. Ficou prometido, sem data marcada, mas que o Anjo não perdoa.
E não se comprometeram logo, o que o Anjo compreendeu, já que a prioridade era o Castelo, não só porque queriam a promessa feita aos calabrenses, também sem data, mas porque precisavam de descansar e planear a construção. O Anjo ajudaria.
E, no dia seguinte, não consta que, com a ajuda do Anjo, embora os anjos façam as coisas sem dar nas vistas, começaram a empilhar calhaus à volta da colina, calhaus estes surripiados, não sem dificuldade, do maciço de xisto que era toda colina; e assim andaram durante longos anos, partindo o rochedo e alinhando os calhaus no paredão, juntando-lhe terra amassada misturada com palha, que era o cimento da época.
Se os calabrenses ou outros os foram ali importunar, não consta; o castelo, ou melhor dizendo, a muralha à volta do cume da colina, lá está, com vários metros de altura, desde o lado nascente, mais alto na parte norte e poente, e com dois ou três metros do lado sul; digo lados, para facilitar a compreensão, pois não é uma construção em círculo perfeito, tendo sido mais usada a economia de meios, conceito já nessa época praticado, do que a preocupação geométrica.
Dado o espaço existente entre a face interior da muralha e a base do centro rochoso ser tão pequena, tudo leva a crer que seriam poucas e de reduzidas dimensões as habitações intramuralha; e a fortificação só serviria mesmo para refúgio, por tempo indeterminado. Mesmo a existência de um poço, este sim, quase circular, que devia servir para represar as águas das chuvas, já que nascente, naquele ponto, seria difícil existir; deve ter sido construído por descendentes dos originais construtores.
As habitações mais próximas e provavelmente as mais antigas, ficam a cerca de cem metros da muralha, na encosta norte e nordeste, designada por abixeiro, designação que sempre interpretei, como sendo o avesso de soalheira; ou então, Abixeiro, devido à forma como as construções se foram agrupando, formando bicha, em direcção ao castelo ou dele divergindo.
Embora a rua existente tenha esse nome, com placa toponímica – modernices – a verdade é que não há referências nos documentos consultados. E como tudo o que está embalado em celofane de lenda, assim deve continuar, a História tem muito tempo e pode esperar, não fiz qualquer esforço documental em relação a datas e vocábulos, porque não tenho formação ou vocação, e nem tempo, para calar o que de histórico existe, até porque a História, não raras vezes, com suas obsessões de rigor e finitude, apaga a parte encantatória que espaços, tempos e seres mantiveram anteriormente, mesmo antes da invenção da História, condenando sumariamente, algumas vezes, os crimes que as lendas e seus protagonistas não cometeram e raramente aceitam ter havido erro histórico. E, assim, a rudeza da ciência histórica não repõe nem repara a beleza e a ternura das lendas que vai desfazendo.
Não foi este o caso e disso me encarreguei de salvaguardar.
          O castelo foi crescendo devagar mas seguramente, a família foi aumentando naturalmente, quando o grupo era formado por homens e mulheres, e ainda pelos que, pela calada da noite e sem se despedirem, foram deixando o Calabre e se foram juntando aos de Castelo Melhor, que ainda o não seria tanto por estar em construção.
          O chefe tribal do Calabre, furioso com as fugas quase diárias, ordenou a três dos guerreiros da sua confiança, que fossem ver o que se passava lá para os lados dos dissidentes e tentassem convencer a voltar os que, de noite se tinham escapulido. Os emissários lá foram aos tropeções por ladeiras agrestes, onde só pedras e mato cresciam até que agora estes, lá do alto que veio a chamar-se de Santa Bárbara, viram as paredes já bem altas, do castelo em construção e logo comentaram, “este castelo é bem melhor do que o nosso”, razão tinham eles!
          Com alguma precaução, pois eram o pessoal de confiança do chefe do calabre, foram descendo a encosta, até que foram interceptados, por uma moira que andava à caça com mais três adolescentes e lhes perguntaram quem eram, de onde vinham e ao que vinham. Lá se explicaram, beberam água fresquinha numa fonte que ali perto havia, e que veio, muitos anos depois, a chamar-se de Santa Maria; e todos os sete, falando a mesma língua – pois a emigração para França, só muitos séculos depois é que se daria – desceram até à parte mais ou menos plana do requeijão e depois foram subindo pelo abixeiro até há construção em curso (sem licença, como agora, sem responsável pela obra, como agora) onde encontraram uma grande azáfama e depois uma grande festa; foi então, que o mais velho dos três guerreiros viu o seu irmão, desavindo com o chefe do calabre, de braços abertos para o receber.
          “Como nós envelhecemos”, disseram em coro, ao mesmo tempo que eram abraçados por todos; “mas temos de acabar isto”, dizia o do castelo em construção. “E nós vamos ajudar-vos, se nos aceitarem e não voltaremos mais para o calabre”, dizia o mais velho dos três guerreiros. “Não senhor, não vão fazer nada disso; os que vieram durante a noite, de livre vontade, cá ficaram, estão bem, trabalham no castelo, e estão a fazer a sua casa; vós, como viestes em nome do meu avô, vão voltar e dizer-lhe que estamos bem e quando um dia quiserem vir, podem mudar-se para cá, até porque já não serão muitos lá no calabre.”. “Sim, somos já poucos e quase só velhos, mal conseguimos tirar da terra o bastante para nos mantermos; o que nos vai valendo é o rebanho das cabras”. “Então vão lá e venham todos”, disse-lhes o chefe do novo castelo.
       “Nós vamos e voltaremos se o casmurro do teu avô nos não convencer a ficar; está velho e sobretudo mais intransigente e injusto, mas vamos tentar que ele venha”.
       Lá partiram, sem esperança de voltar e menos ainda de que o velho patriarca os acompanhasse.
       Ainda a grande distância do Calabre começaram a ver uma grande mancha de fumo, cada vez mais denso e que lhes parecia ser lá para os lados do seu castelo. Aceleraram o passo ladeira acima até ao ponto mais elevado de onde se avistava o Calabre. Era já noite.
       As chamas envolviam todo o castelo e temeram que os seus familiares mais próximos não tivessem escapado e a correr como podiam foram-se encontrando pelo caminho com pequenos grupos aterrorizados, só com as roupas que usavam vestidas, cansados e se água ou alimento.
       «O que se passou, perguntaram os três ao mesmo tempo? O chefe acordou bem cedo e subiu ao ponto mais alto do castelo; como lhe disseram que vós não tivesseis regressado ainda, ficou de tal modo furioso que começou a amaldiçoar tudo e todos sobretudo a vós os três, chamando-vos traidores, bastardos e a ameaçar deitar o fogo a tudo. Reuniu o que restava da tribo, os mais novos já tinham começado a abandonar o castelo e sem atender às vozes que lhe aconselhavam calma dissolveu o conselho dos anciãos e chamou seis guerreiros para que formassem um conselho de guerra para vos julgar aos três como traidores e que fossem severamente punidos. À revelia? Sim, à revelia.»
       O conselho assim nomeado concluiu que não cederia a pressões e que não julgaria à revelia fosse quem fosse antes de saber se traíram ou se ainda não tinham voltado por não terem conseguido; decidiram também que a partir desse momento nenhuma decisão seria tomada sem que o concelho dos anciãos do qual faziam parte fosse ouvido, devendo por isso ser convocado novo conselho.
       Foi o fim. O velho chefe tribal, incapaz de perceber o que se passava para perceber sensatamente, preferiu chamar a si todos os poderes e, praguejando, dirigiu-se para o subterrâneo do castelo, sempre acompanhado do seu corpulento bode preto e ali se trancou.
       Uma violenta trovoada estoirou por cima do castelo e era tal o brilho dos relâmpagos e o ruido dos trovões qua todos pensaram que era o fim do mundo a chegar e que o velho guerreiro e chefe tribal e as suas pragas estavam na origem de tamanha borrasca quando ainda há pouco o céu estava quase limpo.
       Ainda não sabiam que havia no céu uma santa que tinha a seu cargo acudir aos crentes qua a convocassem quando havia trovoada. Como não crentes da religião a que a santa pertencia o mais natural seria, mesmo que soubessem por ouvirem falar, não a invocassem por preconceito religioso, por sinal bem frequente nos tempos mais actuais. E tal desconhecimento ou recusa em pedir ajuda terá sido a sua salvação. Afastaram-se cada vez mais do castelo e já distanciados, umas centenas de metros, viram que um relâmpago como nunca tinham visto antes iluminou o céu por milésimos de segundo (não dava para confirmar pelo relógio mesmo que relógio houvesse, já que tal preciosidade só muitos séculos mais tarde veio a ser útil a uns tantos, a enriquecer alguns e nalguns casos a enfeitar os bolsos e os pulsos de muitos), mas aquela tribo nem dos de sol tinha, embora por ele e outras estrelas se guiassem e orientassem.
       Dizia que o tal relâmpago nunca visto igual atingiu em cheio a parte do castelo onde se situavam os currais e a lenha, criando um fogaréu que depressa se elevou no ar e alastrou a toda a área castelar.
       De longe viram que só as paredes, ou seja, a muralha ia resistindo e na noite ficava um “esqueleto” de castelo recortado no vermelhão do rescaldo.
       Mas ainda conseguiram distinguir, bem no alto da torre mais alta, a imponente figura do bode que o reflexo do brasido nos seus olhos caprinos pareciam dois faróis a iluminar o caminho do que restava da tribo em fuga.
       Ainda hoje, muitos séculos volvidos, se algum incauto ou mais afoito entra nas ruinas do que resta do Calabre, lá vai encontrar o velho bode de luzidio pêlo preto e olhos em chama. Os mais atrevidos que ousaram montar o velho bode tiveram encontro com Satanás e transformaram-se em fantasmas do velho chefe tribal que continua fechado nos subterrâneos do castelo para a eternidade da lenda!


                                         Fim

 Reis Caçote 

1985/2017
           UM DOS CASTELOS DA LENDA, DO ANTERIOR, O CALABRE, NÃO HÁ FOTOS
            NÃO ERA ASSIM, CERTAMENTE, A NOITE DO CASTELO CALABRE...!
           O AUTOR: Reis Caçote, meu avô, pseudónimo de José Monteiro, casa onde este nasceu e viveu até aos 13 anos!



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