sábado, 17 de setembro de 2022

Vitor Mineu 6 h · 1812, e o recuo Russo face ás tropas de Napoleão

 

1812, e o recuo Russo face ás tropas de Napoleão
A história militar na Europa é pródiga em grandes eventos bélicos, durante estes últimos 300 anos, que a Europa acarreta um peso enorme na arte da guerra, pode mesmo se dizer, que a Europa é a casa mãe dessa arte, tem sido na Europa (suplantando mesmo Sun Tzu e a sua Arte da Guerra) que os grandes pensadores e estrategistas militares nasceram, e contribuíram, para o benefício de uns e prejuízo de outros, com a desenvoltura do ofício de bem matar.
Por volta de 1812, durante a campanha da "Guerra Patriótica", para os russos, sendo para os franceses conhecida como "A Campanha Russa", desenrolava-se um confronto militar, que durou de 24 de Junho até 14 de Dezembro de 1812, e impôs o exército de Napoleão contra o exército russo, na tentativa de Napoleão conquistar a Rússia Imperial, foi um fracasso francês....
A vitória Russa, fez se lenta e paulatinamente, com sucessivos recuos de terreno, com cedências, fustigando o adversário, e recuando, os franceses (na realidade um aglomerado de alianças sob o comando francês).O início da derrota francesa, inicia-se com a sua vitória na batalha de Smolensk, após um número de pequenas vitórias sob os russos, Smolensk marca o início do fim francês por terras eslavas, em meados de Agosto, os Russos retiram o seu exército principal do conflito, e por três meses, o mesmo se prepara.
A batalha de Borontino (7 de setembro) ás portas de Moscovo, os franceses capturaram o campo de batalha, mas falharam na destruição dos russos, que novamente recuaram, até Moscovo, de salientar que em um único dia, morreram 70.000 soldados, mas o recuo russo, permitiu desenhar a derrota francesa, as sucessivas campanhas de recuos russos associadas há politica de terra queimada, fez emagrecer as tropas francesas, quer em número, quer na moral, e terminando o desaire em Moscovo, com a cidade a arder, vazia, e as posições russas nos flancos do exercito francês, que estrategicamente posicionadas, alimentadas e fortificadas, conduziram o remanescente do exército francês, na sua retirada, para a morte.
Dois nomes se destacam neste conflito, Mikhail Kutuzov e Mikhail Barclay de Tolly.
O que me traz ao tempo de hoje, e o conflito NATO-Russo na Ucrânia.
Já com seis meses de conflito proxy (proxy significa terceiros na batalha de outras forças), o mesmo daqui em diante, não se configura mais como uma proxy, a NATO pôs as botas no terreno, e a marca indelével desse facto, é a erradamente apelidada "contraofensiva", na definição militar de contraofensiva, refere se a um movimento da posição defensiva, contra a ofensiva em curso, e nenhum dos "alvos" que os ucranianos definiram, se enquadram em movimentos ofensivos em práctica russos, as posições tomadas como a adquirir pela Ucrânia, eram zonas em que a Rússia está estabelecida e em formação defensiva.
A ofensiva que a NATO iniciou em 29 de Agosto (sim, não é erro), com as forças da coligação Ucrano-Legionárias, viu os seus objectivos (ainda que meramente políticos) renderem frutos na região a norte, com a tomada de vários quilómetros quadrados de terreno que se encontrava sob o domínio russo.
A vitória (a primeira) da NATO e sus muchachos, é real, aconteceu, vivam com isso russos, mas daí a aspirar a reviravolta no conflito, continuem a sonhar, não vai acontecer, e as retiradas dos pontos de fricção, acontecem.
Em termos globais, em duas, das três frentes abertas na ofensiva pelo OTANiquistão, a derrota foi severa, pesada e desmoralizante, o numero de efectivos perdidos pela Ucrânia fica perto dos 10.000, algo que demorou cerca de 4 meses a formar, em território estrangeiro, o estado terrorista da NATO confirma que, esses dois movimentos foram destinados, não a um ganho substancial de terreno (o que não aconteceu mesmo), mas serviu sim o propósito de fixar as forças russas no local, não permitindo o deslocamento de reforços para a zona onde a ofensiva se havia de fixar, ainda que o movimento seja doutrinário, a matemática foi descurada.
Na zona da ofensiva concentrada, a coligação NATO-Proxy, suplantou as forças russas (aliadas) em termos de efectivos (fala-se de uma relação de 3 para 1), mas não existiu grande atrito entre as forças no terreno, os russos recuaram calma e ordenadamente, sem grandes baixas, mas as forças na ofensiva, sob fogo de artilharia como dissuasor, perderam 4.000 efectivos.
Os recuos no teatro de operações, servem para reagrupar e reconduzir acções, mas mais importante de tudo, salvam vidas, contrariamente, ao que a Ucrânia tem feito nos últimos seis meses, que se fustigam com as tentativas vãs de segurar pontos de defesa, por esta altura, a Ucrânia já sofreu qualquer coisa como entre 250.000 e 300.000 baixas, entre elas cerca de 60.000 a 80.000 mortos, e contrariamente aos aliados da Federação Russa, os ucranianos,empregam desde o dia 1 do conflito a totalidade dos seus meios, os russos por seu turno, com o desenrolar paulatiniano do conflito, contam entre 35.000 e 50.000 baixas, entre as quais cerca de, entre 5.000 e 10.000 mortos.
Entre muitos outros indícios, se a Ucrânia tivesse um numero relativamente baixo de baixas, não mobilizaria, e já fez 7 incorporações desde o início do conflito, sendo que na ultima, até começou a formar mulheres na arte de combater, é público, portanto cabe a cada um decidir, o que quer ver ou o que quer comprar.
Esta vitória, importante para as forças do OTANiquistão e nazis, não mudam o desfecho do conflito, alteram o seu rumo, mas não o resultado final, a Rússia ganhou o conflito armado (e todos os outros na Ucrânia) no dia 24 de fevereiro de 2022, marca sim, a alteração do rumo dos acontecimentos, como verificamos, o ataque russo a estruturas críticas, e o emprego de misseis por terra, ar e mar, em autênticas barragens de fogo em profundidade, mas uma nota que tem de estar presente, sem o uso e emprego de botas nas zonas de atrito, nomeadamente nas zonas onde a dificuldade de contenção, com grandes perdas humanas, tal como Izium, possam infligir um custo demasiado alto aos russos.
Podemos dizer, que esta vitória dos terroristas e nazis, são os seus 15 minutos de fama, depressa se findará e mais depressa se apagarão os holofotes.
Valter Marques
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