domingo, 14 de novembro de 2021

Líder de protesto cubano denuncia ter recebido ameaças de prisão 12/11/2021 16h42

 

Líder de protesto cubano denuncia ter recebido ameaças de prisão

12/11/2021 16h42

Havana, 12 nov (EFE).- O principal incentivador do protesto em Cuba marcado para a próxima segunda-feira, Yunior García Aguilera, denunciou que a Segurança do Estado ameaou prendê-lo caso insista em realizar uma passeata solitária no domingo para cobrar direitos políticos.

Em entrevista à emissora "CNN", o jovem dramaturgo disse que agentes da agência de inteligência de Cuba o interrogaram e o avisaram de que não seria permitido protestar nesse dia.

"Nem sequer da forma como anunciei: sozinho, carregando uma rosa branca ao longo de uma rua central de Havana", acrescentou o membro da plataforma opositora Arquipélago.

García Aguilera anunciou na véspera a intenção de caminhar sozinho "em silêncio" às 15h (hora local) ao longo da Avenida 23, no bairro central de Vedado, até ao emblemático Malecón da capital, como um ato de "responsabilidade", e não de "heroísmo".

O jovem, um dos detidos em 11 de julho, quando ocorreram os protestos em massa contra o governo, reiterou nesta sexta-feira que a resposta da segurança do Estado é a confirmação de que o país "vive em uma ditadura".

Segundo ele, existem cerca de cem cidades no mundo onde os cubanos poderão protestar e defender o direito de manifestação sem colocar ninguém em perigo.

A plataforma opositora pediu para protestar em 15 de novembro e recebeu uma recusa do governo, que a considera a manifestação "ilegal" por promover uma "mudança de regime" em Cuba e acusa os EUA de financiar e organizar a passeata. Diante da resposta da oposição de continuar com a manifestação, o Ministério Público advertiu sobre os processos penais.

A passeata foi convocada em um cenário difícil em Cuba, que atravessa uma grave crise econômica refletida em longas filas de espera para comprar alimentos e produtos básicos, além de uma inflação crescente e apagões.

O governo cubano atribui estes problemas ao embargo financeiro e comercial dos Estados Unidos, que foi endurecido durante o governo do ex-presidente Donald Trump.

Em Cuba, os direitos a greve e manifestação raramente são contemplados fora das instituições estatais e nunca foi autorizado um ato de oposição ao governo. EFE

Ativistas cubanos estudam forma de evitar a violência e repressão em marcha cívica

Promotor da marcha cívica garantiu, apesar do evento ter sido considerado ilegal, que continua marcada para 15 de novembro.

Opromotor da marcha cívica da oposição em Cuba, marcada para 15 de novembro, destacou na terça-feira que a organização está a estudar a forma de minimizar o risco de violência e repressão sem "renunciar ao direito à manifestação".

Yunior García Aguilera garantiu, apesar do evento ter sido considerado ilegal, que a marcha cívica continua marcada para 15 de novembro, mas que está a ser analisado como e onde "para não atirar os jovens para a repressão garantida".

"O nosso objetivo é marchar contra a violência e a libertação dos presos e não queremos mais detidos", sustentou o dramaturgo cubano.

As próximas decisões sobre a manifestação serão tornadas públicas "quando for possível comunicar com o resto do grupo", acrescentou, numa entrevista à agência EFE.

Yunior García Aguilera mostrou ainda como os serviços de Internet e telefone fixo foram cortados na sua habitação, considerando esta uma tentativa de silenciar as suas reivindicações.

O principal nome do grupo Arquipélago, uma plataforma de oposição que anunciou a marcha cívica para 15 de novembro e viu o Governo recusar o pedido, considerando-a "ilegal", manifestou preocupação com as imagens divulgadas nas redes sociais das brigadas de resposta das forças de segurança.

O dramaturgo, que foi um dos detidos em 11 de julho, altura em que eclodiram protestos antigovernamentais de grandes dimensões em Cuba, referiu também que se sente "responsável" por todos os jovens dispostos a sair à rua.

O Governo cubano rejeitou o pedido para a marcha cívica de 15 de novembro, considerando que esta se trata de "uma provocação" dentro de uma estratégia de "mudança de regime" para Cuba "impulsionada por outros países".

Após o grupo Arquipélago ter manifestado a intenção em continuar com o evento, o Ministério Público alertou para a hipótese dos organizadores serem alvo de um processo.

Cuba atravessa uma grave crise económica, que se reflete em longas filas para a compra de alimentos e produtos básicos e numa escalada da inflação que resulta no aumento dos preços e em apagões.

COLUNA

"Marcha pacífica" é mais uma tentativa de golpe brando contra o regime cubano

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A manifestação está marcada para o dia 15 de novembro, por uma "coincidência", exatamente a data em que Cuba reabre seu turismo internacional - Yamil Lage / AFP
O grupo, apoiado pela plataforma “Arquipélago", pertence ao contrarrevolucionário Yunior Garcia

*Carmen Diniz

Esta semana o assunto mais comentado em relação a Cuba é uma tal de "marcha pacífica" convocada por contrarrevolucionários e que não passa de  mais uma tentativa de “golpe brando”. Mais um ataque ao sistema de governo e contra o povo cubano. O grupo, financiado e apoiado por uma plataforma que se denomina “Arquipélago", pertence ao contrarrevolucionário Yunior Garcia, atual marionete do governo estadunidense.

A manifestação está marcada para o dia 15 de novembro, por uma "coincidência", exatamente a data em que Cuba reabre seu turismo internacional e em que crianças, adolescentes e jovens retornam às aulas presenciais. 

Em uma demonstração de quão pacífica será (seria?) a manifestação, exibem o cartaz de convocação que mostra imagens de violência – a que o povo cubano sequer está acostumado – e que remete a outro ato ocorrido em julho deste ano nada pacífico. 

 

O fato é que o ardil que utilizaram foi pedir autorização a diferentes autoridades para uma manifestação com a finalidade de 'mudar o regime cubano'.

 

Seria o mesmo que uma manifestação aqui no Brasil pedisse autorização para alterar uma cláusula pétrea da Constituição Brasileira, por exemplo, o fim do voto secreto, direto e universal, o fim da separação dos poderes, a forma federativa brasileira, os direitos e garantias individuais. Nenhum desses assuntos pode ser sequer objeto de emenda complementar.   

Em fevereiro de 2019, Cuba aprovou sua Constituição por meio de um plebiscito em que 86,85% dos cubanos disseram sim ao texto após meses de discussão entre toda a população.

 

Ali se inseriu a cláusula pétrea da irrevogabilidade de seu sistema político: o socialismo. 

 

Ou seja, não há como conceder permissão para esse ato ilegal. Ao mesmo tempo se estranha que se use a Constituição (liberdade de expressão) contra a própria Constituição (fim do socialismo). A propósito daí já se extrai um princípio importante: democracia, senhores contrarrevolucionários, é aceitar a vontade da maioria, não é mesmo? Mas como a negativa foi em Cuba, a mídia rotula como censura, autoritarismo, etc, a gente já sabe como funciona.

Uma explicação resumida e simples pode ser vista neste vídeo:


O Governo cubano atribui estes problemas ao embargo financeiro e comercial dos Estados Unidos, que foi endurecido durante a administração do ex-presidente norte-americano Donald Trump.

Em Cuba, os direitos à greve e manifestação raramente são contemplados fora das instituições do Estado e uma marcha da oposição ao Governo nunca foi autorizada.

É de conhecimento público que todas as tentativas, atentados, atos terroristas que acontecem há mais de seis décadas em Cuba são atos apoiados e financiados pelos sucessivos governos estadunidenses que não aguentam um país socialista bem embaixo de “seus narizes”. O bloqueio é a prova cabal disso. Não há qualquer razão objetiva para exercer esse genocídio sobre o povo cubano, especialmente durante uma pandemia. É revoltante.

Aparece agora um novo e admirável personagem nessa história do 15N: um médico oncologista prestigiado, o doutor Carlos Leonardo Vázquez González vai a público em um programa da TV cubana e se apresenta como o agente "Fernando" da segurança cubana. A exemplo de outros heróis (como os cinco cubanos por exemplo) dedicou 25 anos de sua vida atuando como infiltrado entre os contrarrevolucionários nos EUA.

Uma revelação incrível e oportuna. Ele revela publicamente as provas incontestáveis de vínculos de terroristas estadunidenses com claro, Yunior Garcia.

Aparece agora um novo e admirável personagem nessa história do 15N: um médico oncologista prestigiado, o doutor Carlos Leonardo Vázquez González/ Reprodução

A revelação faz com que se comprove a intenção real dos organizadores da tal "marcha pacífica” frente ao mundo inteiro. Entidades de Solidariedade a Cuba do Brasil e em todo o mundo planejam atividades, atuação nas redes sociais e um “tuitaço” no dia 15, com hashtags: #EsaNoEsMiMarcha e #CubaEsUnContinente.

Claro que os cubanos (como nós brasileiros) adoram fazer piada com tudo e já inventaram um meme:  


"Declaram o 16N Dia Mundial da Decepção! O ato central será realizado em Miami...", diz o meme /Arte: Gerardo Hernández

De qualquer forma, todos estão atentos aos acontecimentos. A ideia é ficar alerta para poder combater os atos desses que egoisticamente só pensam eu seu próprio benefício (e em alguns dólares) a fim de levar de volta o capitalismo a Cuba.

*Coordenadora do Capítulo Brasil do Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos.

**Este é um artigo de opinião. A visão dos autores não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Mariana Pitasse

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