Martinho Júnior está com Matos Serra e 97 outras pessoas.
JÁ PUBLICADO NO PÁGINA GLOBAL E NAS PÁGINAS DA FAI...
O ABISMO, OS BÁRBAROS E NÓS — Martinho Júnior (INTRODUÇÃO E OS DOIS PRIMEIROS PONTOS)
PÁGINA GLOBAL - link censurado pelo Facebook;
Martinho Júnior, Luanda
A RECUSA DO "HEGEMON" EM ADERIR AOS PROJECTOS DE INFRAESTRUTURAS NA EURÁSIA E ONDE QUER QUE SEJA, PREFERINDO A UTILIZAÇÃO DA FORÇA DAS ARMAS PARA IMPOR UMA VONTADE DE DOMÍNIO SEM ÉTICA, NEM MORAL, É SIMULTANEAMENTE, NO MOMENTO EM QUE UM ENCADEADO DE CRISES ATINGE A HUMANIDADE E O PRÓPRIO PLANETA, UM CRIME CONTRA A HUMANIDADE E DE DESRESPEITO PARA COM A MÃE TERRA!
“Estou aqui para soar o alarme: o mundo precisa acordar. Estamos à beira de um abismo – e nos movendo na direção errada. Nosso mundo nunca foi tão ameaçado. Ou tão dividido. Enfrentamos a maior escalada de crises em nossas vidas.” - Discurso do secretário-geral da ONU à Assembleia Geral – 21 de setembro de 2021.
Este alerta, ocorre 29 anos depois do discurso do Comandante Fidel na cidade do Rio de Janeiro, a 12 de Junho de 1992 – … “Cuando las supuestas amenazas del comunismo han desaparecido y no quedan ya pretextos para guerras frías, carreras armamentistas y gastos militares, ¿qué es lo que impide dedicar de inmediato esos recursos a promover el desarrollo del Tercer Mundo y combatir la amenaza de destrucción ecológica del planeta? Cesen los egoísmos, cesen los hegemonismos, cesen la insensibilidad, la irresponsabilidad y el engaño. Mañana será demasiado tarde para hacer lo que debimos haber hecho hace mucho tiempo!
Poderíamos estar tentados em dizer que agora o abismo é à escolha: prefere-se o do aquecimento climático, com todas as profundas alterações que existem no ambiente e na natureza, ou prefere-se o da barbaridade da IIIª Guerra Mundial onde a aristocracia financeira mundial domina pela obstinada difusão de caos, de terrorismo e de desagregação por todo o Sul Global (até começaram a aparecer os mesmos sintomas na “homeland”), ou preferem-se o das ameaças pandémicas, de que ainda só se vai nas primeiras... todavia na verdade todos esses “fenómenos” estão interligados e influenciam-se uns aos outros num nauseante encadeado e são estimulados em função das causas profundas geradas no capitalismo, desde particularmente o período da revolução industrial!
Então e nós?...
Nós, principalmente os do Sul Global, seríamos literalmente o alvo e as vítimas, o corpo inerte onde de uma forma ou de outra, ou de todas elas conjugadas, cada abutre viria impunemente depenicar o seu pedaço, não fora a legítima esperança que a EurÁsia expande até à “península ocidental” e transmite ao resto do mundo!
01- O abismo é hoje por demais evidente, tão evidente agora quanto a irracionalidade e a barbárie humana é decorrente dum capitalismo que chegou ao cúmulo dum poderoso e dominador “hegemon” unipolar, de cultura eminentemente anglo-saxónica, elitista e exclusivista, patente desde logo no próprio jogo que implica seus vassalos, aliados, coligações, parceiros e “admiradores”!
Os poderosos do “hegemon” são os expoentes maiores da irracionalidade e da barbárie humana por que ainda que com todos os alertas, nada fizeram e continuam a nada fazer para se evitar o abismo, quando são eles os principais responsáveis, até pelas doses de irracionalidade que herdaram desde o berço das casas bancárias da aristocracia financeira mundial!
No preciso momento em que os Estados Unidos lançaram a doutrina Rumsfeld/Cebrowski, iam-se publicaando os alertas do Comandante Fidel em nome de toda a humanidade, todavia prevalece a IIIª Guerra Mundial com recursos financeiros obscenos, uma agressão que já leva mais de 75 anos do “hegemon” contra o Sul Global, quando hoje é já a encruzilhada face ao abismo!...
O Acordo Climático de Paris, alcançado entre 30 de Novembro e 11 de Dezembro de 2015, cinco anos depois nem como paliativo vale e as iniciativas que têm havido, têm sido iniciativas desgarradas, por que custa aos poderosos reconhecer que ou há um projecto global que passe rapidamente das palavras aos actos, ou a hora do abismo aperta, já com cada vez mais sinais em evidência, como a pandemia em curso e outras que se desenham no horizonte, centro da atenção dos discursos na 76ª Sessão da Assembleia Geral da ONU!...
02- Os bárbaros ao sair do Afeganistão por exaustão financeira e apenas por causa disso, aplicam contudo os recursos para enfrentar aqueles emergentes que trazem soluções multipolares integradas e articuladas, que só se podem levar por diante em paz; os bárbaros afirmam-se obstinadamente em não perder o cariz do que lhes é já genético, em função das casas bancárias da aristocracia financeira mundial, desde as guerras napoleónicas em finais do século XVIII!...
Tanto pior por que na década de 90 do século XX, quando ficaram sós a dominar o mundo, tiveram todas as oportunidades para enveredar pelo multilateralismo no continente EurAsiático, mas preferiram o uso do poder militar sem limites, a ponto de semear “guerras eternas” alimentadas de terrorismo, de caos e de desagregação!
Em 20 anos de guerra no Afeganistão, gastaram 8 milhões de milhões de dólares e provocaram 900.000 mortes, segundo o relatório da Brown University de 1 de Setembro de 2021, propositadamente publicado a essa data tendo em conta a passagem do 20º aniversário do derrube das torres de Nova York, pretexto para o então Presidente George W. Bush mover as forças militares para o Médio Oriente Alargado!
Quando para lá partiram e para o Iraque, em África acenavam com a cenoura da Africa Oil Policy Initiative Group, a 12 de Junho de 2002, por inspiração do “think tank” de dedo israelita que dava pelo nome de “Institute for Advanced Strategic and Political Studies” (cujas páginas já não constam na internet), como se África por tabela não viesse a sofrer as consequências das agressões em cadeia que se sucederam desde a chegada do “hegemon” ao Afeganistão e tiveram réplica há dez anos na agressão à Líbia, que levou ao desmantelamento da Jamairia e à disseminação do caos e do terrorismo por África.
… Hoje a política da “guerra pela guerra” em África extremou-se de tal ordem que, malgrado os sobejos alertas, o “hegemon” digeriu praticamente a FrançAfrique!...
CONTINUA. -
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