terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Texto de Luis Osório, por Luis Branquinho Pinto + apont. meu

 

A imagem pode conter: 1 pessoa, em pé e ar livre
POSTAL DO DIA
Cavaco é um ser pequenino
1.
Cavaco Silva voltou a aparecer.
Mais um livro, mais uma entrevista, mais uma aparição.
É como fazer-me regressar à Feira Popular da minha infância, a um comboio fantasma de que tinha pavor por no meu íntimo achar que poderia ficar preso para sempre num lugar com gente que me puxaria para baixo, que me esconderia da luz, que me assustaria de morte.
2.
Cavaco Silva representa uma parte da minha vida.
Uma parte da vida do país.
O homem que mais anos esteve no poder em democracia.
E o homem que ainda hoje, mesmo tendo em conta esse detalhe, continua a dizer que não é um político.
O homem que beneficiou de alguns privilégios conhecidos, mas que continua a pairar como se lhe devêssemos alguma coisa, como se lhe devêssemos ir comer à mão.
O homem que tem de si próprio uma imagem elevada. O mesmo que recusou o pedido de Salgueiro Maia quando este, numa carta ao então primeiro-ministro, lhe pediu uma humilde pensão. Na verdade, Cavaco nunca recusou pensão ao herói da liberdade, para ser verdadeiro nem sequer lhe respondeu como na altura referiu a mulher de Salgueiro Maia. A mesma pensão que deu a dois ex-inspetores da PIDE.
O homem que não fez nenhuma declaração aquando da morte de José Saramago, nem uma palavra. Uma vergonha, uma canalhice. Porque Cavaco era Presidente da República!
3.
Cavaco é um ser pequenino.
Uma pessoa pouco recomendável.
E quando regressa, com mais um livro ou uma entrevista, eu torno a entrar no comboio fantasma e a ver uma figura que corporiza o que mais detesto no ser humano.
Por isso, regressar para abençoar o acordo de Rui Rio com o Chega nos Açores é apenas mais do mesmo. É coerente e deixa sempre o sabor azedo de um outro tempo, o sabor fora de prazo de uma embalagem que nos recorda que há coisas que não podemos levar novamente à boca.
LO
(Fotografia Observador)
João M. Aristides Duarte
1 comentário
Gosto
Comentar
Partilhar
Comentários
  • Gostaria de saber arrumar deste modo, uma mini-biografia de um pequenino ser, como é, de facto, este boneco do ventríloquo, como sempre o vi desde a primeira imagem de perfil, que entretanto foi corrigindo!
    Este ser asqueroso, que se apresentava como "eu nunca me engano e raramente tenho dúvidas" que usa a táctica do retiro para aparecer de surpresa, que não é surpresa alguma, tudo foi preparado antes:
    - um psicopata que, como o seu padrinho Cavaco, deitaram por terra uma boa parte ou a parte boa do edifício que foi construído com o Abril dos cravos, o agora cabelo à escovinha, o PPC - Pedro Passos Coelho, emoldurado pela Fundação de que todos emanam, e que antes alguém dissera que, o tartamudo mental, ainda tinha muito a dar ao País e dias depois aí está ele, a botar faladura numa televisão que todos pagamos, mas de facto ao serviço deste grupinho de meliantes!
    - antes destas aparições há a negociata dos Açores, Rio Chega, que alguns aplaudiram e outros nem tanto e a prova está no regresso das múmias que vão tentar convencer os sempre fáceis de convencer, que ao darem o chuto no Rio eles regressam, não como o tal esperado Sebastião na mancha de nevoeiro, antes pela contrário, bem agitada a aparição, com as surpresas do "surpreendente" Marcelo e o chefão das Policias com o o SEF à mistura!
    - E para que a mentira ganhar profundidade, aí temos a Moderna e a TVI a sondarem tudo e mais alguma coisa, mas sempre a puxar a brasa à sardinha do costume!
    O que me espanta, pelo que fui lendo das mais diversas origens, é que quase todos os analistas parecem aterrorizados com esta variante do mesmo vírus, parecendo estarem convencidos que tudo se vai passar numa boa, no quentinho dos gabinetes, esquecendo-se que a última palavra ainda é a do Povo que tudo cria e que lhe dão como recompensa poder dobrar em quatro um qualquer papelinho para se sentir realizado!
    A última manifestação em que participei foi a do chumbo do Orçamento do tal PPC, com o Povo da Rua a aguardar o resultado!
    Mesmo com 81 anos ainda voltarei à rua e farei as vigílias que forem necessárias para gritar:
    NÃO PASSARÃO, FASCISMO NUNCA MAIS, A LUTA CONTINUA, NA FÁBRICA, NA OFICINA E NA RUA!
    • Gosto
    • Responder
    • 1 min

Sem comentários:

Enviar um comentário