Alfredo Barroso
MANOBRA "RASCA" DE MARCELO PR PARA IMPÔR DEMISSÃO DO MAI, TEM DE MERECER RESPOSTA FIRME DO GOVERNO E DO PS
- avisa Alfredo Barroso, admitindo que o MAI deve demitir-se e que a 'caranguejola' de direita vai ficando cada vez mais perto do poder
Qualquer político ou jornalista ou comentador bem formado - por muita vontade e justificação que invoque para reclamar a demissão do actual ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita - terá constatado que o actual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa - ao receber em audiência o actual Director Nacional da PSP, superintendente-chefe Magina da Silva - violou, mais uma vez, não só os limites dos poderes que a Constituição da República lhe impõe, como também o princípio da separação de poderes entre os órgãos de soberania. E considero uma aberração que haja quem, dizendo-se da esquerda, mas escrevendo em função dos interesses de quem lhe paga, aplauda esta manobra completamente 'rasca' de Marcelo PR, em vez de criticar a sua falta de sentido de Estado.
Ao ponto a que isto chegou - através da campanha ao retardador, desencadeada nove meses depois do pretexto, por vários jornais dominados pela direita, a atiçarem o tão pouco firme político que é o actual Presidente da República (também um 'fujão' habituado a 'tocar às campainhas' dos outros a meio da noite) - é óbvio que o ministro Eduardo Cabrita ficou irremediavelmente fragilizado e já não tem condições para se manter no cargo, sobretudo por não ter tido a coragem de demitir imediatamente o director nacional da PSP, Magina da Silva, mal teve conhecimento das declarações que este senhor fez na Sala da Bicas do Palácio de Belém, à saída da incrível audiência com o ardiloso, fraco e oportunista Marcelo PR.
O Governo, nomeadamente o PM António Costa, e o PS é que não podem, desta vez, continuar a afagar o PR oportunista e fraco que ainda mora no Palácio de Belém. Tem de haver um clara e vigorosa resposta pública do PS denunciando a inqualificável manobra de Marcelo PR, ao receber o diretor nacional da PSP, nos termos e no contexto em que o fez, violando - como já disse e repito - não só os limites que a CRP lhe impõe, como também o princípio essencial da separação de poderes num regime democrático que se preze.
Na minha opinião, caberá a António Costa: a) enquanto chefe do Governo, fazer um aviso solene ao PR, de que não poderá tolerar mais as constantes intrigas palacianas e manobras de desrespeito e desestabilização do Executivo; b) e enquanto secretário-geral do PS, dar claramente a entender aos seus militantes e eleitores, que as circunstâncias mudaram e que a ideia deixou de ser a do PS contribuir para a reeleição deste PR irresponsável e golpista.
Tenho dito e repetido que é nos momentos políticos mais difíceis que se deve avaliar o comportamento do Presidente da República: o seu caracter, o seu respeito pela Constituição, a sua capacidade de contenção, o seu sentido de Estado a sua impermeabilidade às influências e pressões exercidas por grupos de interesses, sejam eles políticos, meramente partidários, corporativos ou empresariais.
Cá está: no meu critério, Marcelo PR reprova rotundamente...
Campo d'Ourique, 14 de Dezembro de 2020
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