Espinhal é onde me vai bem!!!
A propósito de um comentário a uma publicação de fotos alegóricas ao Natal...
Espinhal há muito que não é feudal. Não acorda na madrugada porque um Senhor, no caso "professor jubilado com pergaminhos e punhos de renda" nela habita. ("En passant" esse prof. Doutor, é na verdade especialista na área académica que domina, reconhecido mundialmente, mas além do mais, um humanista, que eu próprio testemunho, no convívio na Universidade de Coimbra).
Mas se se refere à família Alarcão saiba que o Espinhal vive o quotidiano de muitas outras famílias.
Os Guimarães, os Silva, os Santos, os Ferro, os Alves, os Barroso, os Torres, os Antero, os Craveiro, os Pedro, os Pereira, os Dias, os Santinho, os Ferreiras, os Zuzarte, os Loureiro, os Paula, os Rosando, os Paiva, os Casalinho, os Gama, os Marujo, os Vigário, (perdoem os que me esqueci)... e todos contribuem para esta comunidade.
São pedreiros, electricistas, contabilistas, advogados, juízes, administradores, marceneiros, empresários, médicos, alfaiates, padeiros, comerciantes, carpinteiros, farmacêuticos, cuidadores, cozinheiros, artesãos, professores, escritores, músicos, actores, cantores, etc...
Aqui pode comer pão e croissants quentes e até lhos levam a casa! Aqui alguém se preocupa e compra na farmácia o medicamento que precisa.
Aqui pode ligar ao super mercado, fazer a lista do que precisa e chega-lhe à porta com um sorriso.
Sabe o que é isto? Comunidade! Qualidade de vida!
Não há desproporção de luzes e tamanho da Vila! A única desproporção é a da emoção e do afecto dos habitantes. É muito maior do que o visível! São todos exemplos de fraternidade? Não! Mas até por isso é tudo mais saboroso!
Este é o segredo do "provincianismo" onde o vizinho pergunta se está tudo bem. E não é retórica. Se não está, ele procura ajudar! E ajuda no que pode!
Roam-se de inveja! Título para as fotos que postei. Provocação carinhosa aos meus amigos que não disfrutam esta vivência. Era um carinho ao desconforto de quem não tem este privilégio. "Barrete" só enfia quem quer, e até dava jeito com este frio.
E como gosta de citações, também deixo a minha: António José da Silva, (séc XVIII) na Esopaida, fazia a pergunta a Esopo na voz de Xanto, seu "amo": "Onde é a tua pátria?", ao que Esopo respondeu: "A minha pátria é onde me vai bem, pois aí é a minha pátria".
Que mais posso dizer senão: - Espinhal é onde me vai bem!!!
Victor Torres, Espinhal, Dezembro 2020
Sem comentários:
Enviar um comentário