Explosão em ponte: autoridades da Crimeia denunciam "vandalismo" e Rússia diz que Kiev é "terrorista"
Autoridades ucranianas comentaram a explosão no Twitter de forma irónica, mas não reivindicaram qualquer responsabilidade sobre o sucedido.
As autoridades da Crimeia atribuíram este sábado ao "vandalismo ucraniano" a explosão que destruiu parcialmente a ponte que liga a Rússia à Crimeia.
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"Os vândalos ucranianos conseguiram chegar à ponte da Crimeia com as suas mãos ensanguentadas. Agora têm algo de que se orgulhar: durante 23 anos de gestão, não conseguiram construir nada digno de atenção na Crimeia, mas conseguiram danificar a ponte russa", disse o presidente do Conselho de Estado da Crimeia, Vladimir Konstantinov.
"Esta é toda a essência do regime de Kiev e do Estado ucraniano. A morte e a destruição são tudo o que recebem", escreveu na sua conta na rede social Telegram.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, escreveu, por sua vez, na mesma rede social, que "a reação do regime de Kiev à destruição de infraestruturas civis atesta a sua natureza terrorista".
As autoridades ucranianas divulgaram hoje vários comentários irónicos sobre a explosão, sem reivindicar responsabilidade.
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A ponte que liga a Rússia continental à península da Crimeia foi alvo de uma explosão na sequência, de acordo com as agências de notícias RIA Novosti e Tass, a um incêndio num depósito de combustível.
A circulação rodoviária na ponte foi cortada, apesar de se tratar de um ponto de acesso chave que Rússia construiu depois de ter ocupado e anexado a Crimeia da Ucrânia, em 2014, em violação do direito internacional.
O incêndio aconteceu horas após explosões terem atingido a cidade ucraniana de Kharkiv, esta manhã.
Segundo a União das Seguradoras da Rússia, os danos causados à ponte devem ficar entre os 3,3 milhões e os 8,2 milhões de euros.
A organização não tem, atualmente, informações sobre os contratos de seguro vigentes para a infraestrutura, que custou na época em que foi construída cerca de 3,6 mil milhões de euros e foi construída pela empresa do empresário Arkadi Rottenberg, amigo do Presidente russo, Vladimir Putin.
A Rússia abriu uma investigação criminal à explosão, tendo a comissão indicado que, segundo informações preliminares, um camião terá explodido esta manhã na ponte, causando um incêndio em sete vagões de combustível num comboio com destino à península da Crimeia.
O incidente teve como resultado o desmoronamento de duas secções da ponte onde passavam os carros.
A ponte é um símbolo da anexação da Crimeia pela Rússia em 2014.
Em maio de 2018, Putin inaugurou a secção automobilística da ponte da Crimeia sobre o Estreito de Kerch, a mais longa da Europa, com 19 quilómetros, para contornar o isolamento da península.
No final de 2019, foi também inaugurado o troço ferroviário sobre a ponte, condenado tanto pela Ucrânia como pelo Ocidente, que continuam a considerar a península como parte do território ucraniano.
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