sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Carlos Matos Gomes Carlos Matos Gomes 23 de dezembro · 7 minutos de leitura O suicídio da social-democracia — onde está a Internacional Socialista?

 

O suicídio da social-democracia — onde está a Internacional Socialista?

As burguesias: industriais, proprietárias de bens de raiz, de rendimentos palpáveis, comerciantes regionais, altos funcionários foram o motor das sociedades capitalistas e demoliberais que tomaram o poder na Europa após as revoluções dos séculos XVIII em França, na Inglaterra e na Alemanha e no século XX na Rússia. Foram as classes médias europeias (as burguesias) que decidiram o colonialismo para se apropriarem das matérias-primas de África e que atenderam na origem de duas guerras mundiais.

O colonialismo e a Segunda Guerra estão na raiz da ordem atual no mundo. O colonialismo resultou das necessidades de matérias primas pela indústria da revolução industrial e a Segunda Guerra resultou das respostas das burguesias nacionais aos movimentos operários (os camponeses transformados em operários — proletários) que geraram o fenômeno complexo que por facilidade designamos comunismo. O nazismo foi uma resposta ao comunismo, a outra foi a social-democracia — os católicos referem-se à democracia cristão e à encíclica Rerum Novarum, do papa Leão XIII e publicada em 1891, mas esta é mais uma “orientação” para limitar a exploração pelo liberalismo capitalista do que para alterar a ordem social e a autoridade das classes.

(Adivinho o comentário: compara o nazismo à social-democracia! — não, o que quero dizer é que o mesmo problema (no caso a revolta dos proletários) pode originar diferentes soluções políticas e que conhecer a diversidade de opções é a base do pluralismo .Depois há soluções melhores, piores e péssimas.)

Partindo desses orçamentos, chegamos ao artigo de Alexis Corbiére no Nouvelle Observateur, L'Obs para os amigos e ao artigo de Novembro: Porque não sou social-democrata .

O que me atraiu de novo para o artigo que lera de raspão na data da publicação foi (tem sido) a quantidade de comentários de pessoas que facilmente se identificam com o Partido Socialista a apoiar o seguidismo da União Europeia aos Estados Unidos contra a Rússia ea critico quem não o faz (eu, no meu caso). O que me motivou a voltar ao artigo do L'Obs foi o exacerbado americanismo dos social-democratas portugueses, em consonância com os social-democratas europeus. O SPD, o partido social democrata alemão, é o mais forte apoiante da política americana e da NATO. Jens Stoltenberg, o secretário-geral da era da NATO (talvez ainda seja) social-democrata. Os social-democratas da Suécia são agora a favor da entrada na OTAN.

Deve haver uma razão para esta opção de escolha de uma tutela americana em vez de uma autonomia europeia no xadrez mundial (que eu defendo) e essa não será certamente a da defesa de princípios morais. Os Estados Unidos carregam um histórico reconhecidamente alargado de respeitar os princípios mais elementares de democracia política e de defesa dos direitos do homem e até de violência interna, desde a lei liberal das armas à pena de morte e um dos mais ignóbeis sistemas prisionais do planeta, desde o poder das igrejas e seitas à concentração dos grandes meios de comunicação num reduzido e exclusivo grupo de milionários, o que torna a ideia de liberdade de imprensa bastante contestável e pueril.

Então porque se agacham tanto os social-democratas europeus perante os Estados-Unidos?

Vamos ao artigo do L'Obs: “Antes de mais e para evitar falsos debates, é necessário recordar (ou redefinir) o que é a social-democracia do pós-Segunda Guerra na Europa Ocidental, o único espaço do planeta onde ela existe: um modelo que combinou estratégia uma política reformista e uma forma de organização assente nas laços estreitos entre um partido de massas e um movimento sindical poderoso também. A convergência dessas duas unidades permitiu a constituição do modelo de consenso que sustentau o estado de bem-estar aos trabalhadores e outros assalariados — salários, férias, reformas, serviços públicos de saúde e previdência social, habitação, educação. Este modelo assente na extensão de bens sociais aos trabalhadores desviou-os do comunismo. Era esse o objetivo da social-democracia, que se implantou, como é visível num mapa da Europa, nos países junto à fronteira do designado Bloco Leste, em particular na Alemanha e nos países nórdicos. (A Inglaterra desenvolveu um sistema próprio, específico, como as medidas em polegadas e milhas e as roscas dos parafusos no sentidosinistrorsum ). Os países latinos nunca implantaram uma social-democracia nos termos em que ela existe na Alemanha e nos países nórdicos. Os partidos socialistas franceses e italianos nunca foram partidos de massas e suas ligações ao sindicalismo sempre foram fracas. Os partidos comunistas francês e italiano foram, na verdade, o mais próximo da social-democracia que existia na Europa latina, mas não podiam ser aceitos como tal e participar dos governos porque eram “comunistas” e os Estados Unidos não permitiam a associação da imagem de social-democracia ao comunismo, que para eles tinha um significado estratégico de ligação ao inimigo, a URSS.

É na estratégia da guerra fria que reside a atração e a dependência dos partidos social-democratas e “socialistas” europeus e não deixa de ser curioso que os partidos “menos” social-democratas, de maiores diferenças de classe e mais acérrimos defensores da propriedade privada de bens estratégicos e de alto valor social, se designem socialistas (caso de Portugal, Espanha, Itália, a Grécia e até a França), enquanto os países mais industrializados e mais igualitários optam pela designação de social-democrata. Os ingleses não são nem uma coisa, nem outra, são “trabalhistas”!

A vitória do “bem-estar” social-democrata, de welfare state europeu foi conseguida à custa da alienação de um “bem”: a componente de força militar, sem a qual qualquer Estado deixa de ser soberano, mesmo que limitadamente (tão limitadamente quanto a força de que dispuser). Os partidos sociais-democratas, responsáveis ​​em boa medida pela “construção europeia” do pós-guerra, com personalidades tão marcantes como Willy Brandt, por exemplo, optaram — se intencionalmente e automaticamente, se por imposição americana é outra questão — por abdicar do instrumento decidida da soberania, a força e trocaram-na por aquecimento nas casas, reformas na velhice, férias pagas, um VW ou um Opel na garagem, por vezes um BMW ou um Mercedes.

O que os social-democratas ganharam a distribuir mercadorias, perderam em soberania! (o desarmamento alemão do pós-guerra não se deve apenas ao recebimento da Alemanha armada, mas à transferência de recursos para o bem estar que “apaziguou” a sociedade alemã e levou a aceitar o domínio americano com as bases no seu território).

A Europa está hoje a pagar essa opção social-democrata (alemã, holandesa, belga, austríaca) de desarmamento militar e ideológico. Em termos políticos tem de obedecer a quem possui força — os EUA. Tem de seguir quem impôs, pela força, a ideologia dominante do neoliberalismo, do mercado, do individualismo. Tem de funcionar nos parâmetros do pensamento dominante e “politicamente correto”. Está tudo ligado: política, militarismo, moda, ideologia para conseguir a domesticação dos europeus sem grandes reações. (O nazismo desenvolveu-se neste caldo.)

Pensar a social-democracia hoje é pensar num longo processo de decadência, de envenenamento ou de morte por inação controlada pela social-democracia, o melhor dos sistemas, se fosse sustentável, se fosse possível abdicar da força para sobreviver num mundo de espécies que vivem em estado de competição — o que Darwin descobriu há 200 anos.

Pensar a social-democracia hoje é reconhecer que ela se suicidou, deixou de ser viável apesar da partilha equilibrada de riqueza e organização racional da vida no planeta sendo cada vez mais prementes e com elas a resposta às necessidades dos novos e velhos trabalhadores e integração de vagas de migrantes. E não é viável porque a social-democracia fez uma terceirização da força que sustenta a soberania e a liberdade de ação. Resta aos sociais-democratas de hoje, para manterem a cara, fazerem-se patrocinados dos Estados Unidos de motu próprio, colocarem-se a seu lado para aparecerem na fotografia de família.

Essas figuras tiveram nomes de penetras para as classes baixas e de emergentes para aspirantes a nova classe.

O consenso social-democrata dos 30 anos gloriosos assentava na ilusão do crescimento económico eterno e ilimitado e num consenso sobre a partilha da riqueza entre o capital e o trabalho. Esse consenso funcionou até aos anos 80 do século passado, o fim da ameaça do comunismo — de facto da URSS enquanto superpotência — fez os Estados Unidos e os seus ideólogos neoliberais concluírem que a social-democracia europeia, o bem-estar dos europeus, era um custo que poderia ser evitado dado já não existir o perigo das classes trabalhadoras sendo atraídas por uma ilusão que se desfizera, a URSS. A nova ilusão que seria muito mais rentável e permitiria concentrar uma riqueza mais rapidamente era o neoliberalismo.

O par Ronald Reagan e Margaret Tatcher patrocinaram a nova ordem económica e ideológica baseada na liberalização dos movimentos de capitais, da livre troca generalizada (Organização Mundial do Comércio), destruição das proteções sociais na Europa, de modo a transformarem o mundo num mercado (o velho sonho imperial dos ingleses vitorianos), onde não há lugar para a social-democracia.

Aos militantes social-democratas europeus resta hoje elogiar a desigualdade e a competição em nome da liberdade (de ser explorador) e defender a intervenção militar do império em nome de princípios que ele se encarrega de negar. Tornaram-se neoliberais e militaristas. A decadência dos partidos social-democratas e socialistas é fruto do beco da dependência real em que se meteram, ou foram metidos, e da incapacidade de gerarem uma ideologia para o mundo de hoje.

É interessante lembrar a hibernação de uma organização de que muito poucos já ouviram falar: a Internacional Socialista! — sumiu-se, deixou de ter utilidade.

Por fim, a França, que nunca foi social-democrata, foi soberanista e o soberanismo é a base do seu comportamento desde antes de Napoleão e até depois de De Gaulle tenta remar contra a maré, com restrições conhecidas. Mas ainda tem quem pense. O que já é um feito nestes tempos de pensamento único.

Não são boas notícias, mas são as que me parecem verdadeiras.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Mais provas de que os diplomatas americanos não são tão espertos como julgam ser. Por Larry C. Johnson-Francisco G Tavares17 de Dezembro de 2022Política

 

A Guerra na Ucrânia — Mais provas de que os diplomatas americanos não são tão espertos como julgam ser. Por Larry C. Johnson

Seleção e tradução de Francisco Tavares

5 min de leitura

Mais provas de que os diplomatas americanos não são tão espertos como julgam ser

 Por Larry C. Johnson

Publicado por  em 5 de Dezembro de 2022 (original aqui)

 

         Peter Van Buren

 

Obrigado a Andrei Martyanov por ter chamado a atenção para um recente artigo de opinião de Peter Van Buren, um funcionário reformado do Serviço de Estrangeiros que fez carreira no Departamento de Estado dos EUA. Os oficiais do Serviço de Estrangeiros dos EUA têm muito orgulho em acreditar que são super inteligentes. Como é que eles sabem? Eles passam no exame do Serviço de Estrangeiros. Se não passaram nesse exame, não são, por definição, tão espertos como um oficial do Serviço de Estrangeiros. Não estou a exagerar.

Trabalhei ao lado de algumas destas pessoas durante quatro anos e posso atestar a arrogância e o ar de auto-importância que impregnam o típico FSO [Foreign Service Officer] enquanto desfilam em torno da sede do Departamento de Estado, também conhecido como Main State. Embora haja algumas excepções (ou seja, pessoas normais com quem se gostaria de estar sentado como convidado para jantar ou companheiro de bar), os FSOs são um lote estranho produzido ao longo de anos de auto-selecção. Um dos meus antigos colegas, um cavalheiro chamado “Tony”, era um cientista cristão devoto que estava permanentemente constipado. Achava-o hilariante. Ele estava sempre doente. Ele não apreciava a ironia.

De qualquer modo, de volta ao Sr. Van Buren. Peter parece ser uma ruptura com o estereótipo. Ele é um tipo grande, carnudo e não parece ser deficiente em testosterona. A testosterona escasseia em Main State. É o paraíso dos metro sexuais [1]. Os FSOs são também conhecidas por serem personalidades bastante reticentes. Normalmente evitam atrair a atenção, a menos que haja uma promoção em jogo. Parece que Peter não teve medo de abanar o barco e ir para onde estava a acção:

Van Buren serviu no Departamento de Estado dos EUA durante 24 anos, incluindo um ano no Iraque como líder de equipa para duas Equipas de Reconstrução Provincial (PRTs).

Depois do seu livro, “We Meant Well: How I Helped Lose the Battle for the Hearts and Minds of the Iraqi People” [2], foi publicado em 2012, Van Buren afirma ter sofrido uma série de acções adversas cada vez mais graves. O seu antigo empregador, o Departamento de Estado norte-americano, alegou que Van Buren não tinha autorizado a publicação o seu livro segundo as regras do Departamento, e que o livro continha revelações não autorizadas de material classificado.

Ver https://en.wikipedia.org/wiki/Peter_van_Buren#cite_note-WaPoDavidson-4

 

Não li o seu livro, We Meant Well, mas posso aplaudi-lo por reconhecer a impotência da aventura imperial americana que custou tanto sangue e tesouro aos iraquianos.

Dito isto, estou chocado com a sua peça no American Conservative. Ele começa, para citar o irmão Martyanov, com esta maravilha:

Desde o momento em que as tropas russas atravessaram para a Ucrânia, só havia dois resultados possíveis. A Ucrânia podia chegar a uma solução diplomática que restabelecesse a sua fronteira física oriental (ou seja, a Rússia anexa grande parte da Ucrânia oriental ao rio Dnieper, e estabelece uma ponte terrestre para a Crimeia), e assim restabelece firmemente o seu papel geopolítico como Estado tampão entre a NATO e a Rússia. Ou, após perdas no campo de batalha e na diplomacia, a Rússia poderia recuar para o seu ponto de partida original de Fevereiro, e a Ucrânia restabeleceria firmemente o seu papel geopolítico como Estado tampão entre a NATO e a Rússia.

“Apenas dois resultados possíveis?” Consigo pensar em pelo menos um outro resultado possível – a Rússia desmilitariza e desnazifica a Ucrânia e assegura que um novo governo na Ucrânia não esteja comprometido com os Estados Unidos e a NATO. Peter, por que é que nem sequer contemplaste esta possibilidade? A Rússia, em virtude da sua dimensão e sofisticação técnica militar (por exemplo, tem uma capacidade de guerra electrónica totalmente integrada que falta à NATO) e arsenal de mísseis e tanques hiper-sónicos de precisão, entrou na “operação militar especial” com algumas vantagens claras.

Peter também faz esta afirmação extravagante:

Este problema para Putin é cada vez mais agudo à medida que a NATO se reforça na Polónia.

Algum amigo de Peter precisa de intervir e informá-lo que a NATO ficou sem armas para enviar para a Ucrânia e que o Exército da Polónia é maior do que o da Inglaterra e da Alemanha juntos. Em suma, a NATO depende da Polónia para fornecer carne para canhão, ou seja, tropas, para dar à NATO uma força credível. A NATO, na realidade, é uma força fantasma com pouca força. Considere estes números:

O Exército Britânico, em 2022, compreende 79.380 efectivos regulares a tempo inteiro, 4.090 Gurkhas, e 28.330 efectivos de reserva. (https://www.army.mod.uk/)

O exército alemão, em Janeiro de 2022, tinha uma força de 62.766 soldados. (https://en.wikipedia.org/wiki/German_Army)

O exército francês, em 2022, empregava 118.600 pessoas (incluindo a Legião Estrangeira e o Corpo de Bombeiros de Paris). Além disso, o elemento de reserva do Exército francês consistia em 22.750 pessoas.

A Polónia, em 2022, tinha 150.000 efectivos em serviço activo e uma Força de Defesa Territorial de 32.000 efectivos. (https://en.wikipedia.org/wiki/Polish_Armed_Forces)

Certamente um diplomata com o pedigree do Sr. Van Buren saberia que a Rússia acabou de mobilizar mais de 300.000 reservistas militares. Só essa força é maior do que os exércitos permanentes do Reino Unido, Alemanha e França juntos. Mas deixemos de lado esse facto por um momento. A Rússia tem um exército de um milhão de homens actualmente activo e tem reservas de mais de dois milhões. Não creio que os comandantes da NATO sejam muito bons em matemática.

Peter compraz-se na ilusão de que a Rússia ainda está na Idade Média militar e não alcançou o poder militar dos EUA e da NATO:

O plano de Putin repousa sobre a luta contra a Ucrânia e, portanto, contra os EUA por procuração, e não de um conflito directo com a superioridade militar dos Estados Unidos e de toda a NATO.

Como é que os Estados Unidos gozam de “superioridade militar” sobre a Rússia? A Rússia tem um exército maior em termos de mão de obra. Os tanques russos são tão bons, se não melhores, do que qualquer tanque no arsenal dos EUA. A Rússia tem o sistema de defesa aérea mais moderno de qualquer país do mundo. E a Rússia tem uma vantagem clara em mísseis de precisão hiper-sónicos que está a produzir internamente sem depender de recursos importados. Os Estados Unidos são “superiores” num aspecto – gasta milhares de milhões mais do que a Rússia. Ah, sim. Mais uma coisa. Os Estados Unidos perderam mais guerras com países do segundo e terceiro mundo do que a Rússia.

Não tenho a certeza porque é que Peter Van Buren escreveu este artigo da forma como o fez. Para um tipo que não estava interessado em fazer genuflexões à hierarquia do Departamento de Estado dos EUA, está certamente a ajoelhar-se perante os mesmos neo-conservadores, ou seja, “A Rússia é militarmente inferior”, “A Rússia está a ficar sem mísseis” e “Putin quer ressuscitar a União Soviética”. No entanto, ele conclui o seu artigo com um certo bom senso:

Que a conquista da Ucrânia seja tratada como um exercício de pequenas unidades diz-nos muito. Nada disto é um grande segredo. A via de saída na Ucrânia, um resultado diplomático, é suficientemente claro para Washington. A administração Biden parece satisfeita, de forma vergonhosa, em não apelar à força para esforços diplomáticos, mas em vez disso sangrar os russos como se isto fosse de novo o Afeganistão 1980, tudo isso enquanto aparenta dureza e impregnando-se de todos os sentimentos eleitorais bipartidários positivos que sejam devidos ao pseudo Presidente Joe Biden em “tempo de guerra”. Tal como no Afeganistão em 1980, os EUA parecem prontos para lutar até que caia o último reduto (fornecendo-lhes apenas armamento suficiente para evitar perder) antes de enfrentar o inevitável final negociado, uma posição vergonhosa na altura e vergonhosa agora.

Concordo com Peter que a estratégia dos EUA é vergonhosa. Mas ele esqueceu-se de falar de um facto chave – a Rússia ditará as condições. A Rússia não perde homens e material. A Ucrânia sim, perde. A Rússia tem os recursos em pessoal e fábricas de produção militar de defesa que pode reabastecer e sustentar as operações. A Ucrânia, agora, está totalmente dependente da grande generosidade ocidental. Lá se vão os “apenas dois resultados possíveis” do Sr. Van Buren.

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Notas

[1] N.T. Metrossexual é uma mistura de metropolitano e sexual, cunhado em 1994 por Mark Simpson no British Independent. Simpson usou o termo para descrever uma tendência que estava a notar entre os homens que viviam em cidades (ou seja, o metro). Ele via estes homens como vaidosos, narcisistas e obcecados com as compras e com a ida ao ginásio. (ver aqui)

[2] N.T. Nós tínhamos boas intenções: Como Ajudei a Perder a Batalha pelos Corações e Mentes do Povo Iraquiano

 


O autor: Larry C Johnson é um veterano da CIA e do Gabinete de Combate ao Terrorismo do Departamento de Estado. É o fundador e sócio-gerente da BERG Associates, que foi criada em 1998. Larry forneceu formação à comunidade de Operações Especiais dos Militares dos EUA durante 24 anos. Ele tem sido vilipendiado pela direita e pela esquerda, o que significa que ele deve estar a fazer algo certo (ver aqui). É um autor rodeado de controvérsias como se pode ler aqui.