Oscar Tavares
Quando os filhos eram mandados para as guerras no Ultramar, as mães rezavam todos os dias pedindo à Nossa Senhora para os protegerem. Quando regressavam vivos, iam à Fátima de joelhos em sacrifício para agradecerem à Nossa Senhora. Eram as promessas. Ainda hoje fazem essas doloridas caminhadas de joelhos. Infelizmente, muitas mães recebiam a frieza macabra dos habituais telegramas do governo a dizer que o filho morreu em combate. Como tremiam cada vez que viam o carteiro a aproximar-se...
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E DIGO EU,
PORQUE NÃO SE LEMBRARAM MARCELO MAIS OS GENERAIS,
MAIS OS PADRES,
EM VEZ DE CONDECORAR O MARCELINO DA MATA,
CONDECORAREM AS MÃES DOS SOLDADOS PORTUGUESES
QUE FIZERAM A GUERRA COLONIAL,
EM ESPECIAL,
AS MÃES DOS MORTOS, DOS FERIDOS, DOS ESTROPIADOS ????
ISTO,
JÁ PARA NÃO FALAR DAS MÃES, POBRES MÃES, DOS
MUITOS MIL GUERRILHEIROS DESTA GUERRA MAIS QUE
TREMENDAMENTE INIQUA,.... ASSIM COMO AS MÃES
DAS VITIMAS INCOMENSURÁVEIS QUE MORRERAM
E FICARAM FERIDAS E QUE SÓ ERAM POPULAÇÕES
PROFUNDAMENTE INDEFESAS????
Pode ser uma imagem de 3 pessoas, pessoas em pé e ao ar livre
Tu, Victor Rosa e 36 outras pessoas
10 comentários
Tristeza
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Comentários

  • Josué Carronha
    Os verdadeiros heróis, se é que lhes poderemos chamar heróis, morreram e foram enterrados anonimamente em lugares que hoje já não será possivel identificar, com exactidão. Não se chamavam Marcelinos, talvez muitos nunca tivesse matado alguém, não serv… 
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  • Elias Richau
    A CULTURA QUE SALAZAR E CEREJEIRA ,IMCUTIAM NO POVO PORTUGUÊS. ERA O ATRAZO TOTAL , ESTA ABERRAÇÃO QUE VÊM... PORQUE NOS ADMIRAMOS DE SER O POVO MAIS ATRAZADO DA EUROPA ???????????????????
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  • Jose Monteiro
    002 – ORATÓRIO
    Atrás daquela janela … 
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    • Adoro
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    • Jose Monteiro
      Soube, depois de regressar, que uma das minhas cunhadas, crente como meu irmão era, tinha feito uma promessa, para ocaso de eu regressar, que iria a Fátima e, de joelhos, iria da Cruz Alta até ao 1º degrau da escadaria da basílica, eu de um lado e o m… 
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    • Victor Rosa
      Jose Monteiro
       EU, FUI COM A MINHA SOFRIDA MÃE, DUAS VEZES A FÁTIMA, UMA PAGAR UMA PROMESSA DE UMA VELA DO MEU TAMANHO, OUTRA PORQUE ME PEDIU E FUI,...... NUNCA A QUIZ CONTRARIAR, QUANDO VIM DA GUINÉ, MEU PAI ESTAVA BEM FRAGILIZADO, TAL COMO MEU AVÔ E AVÓ,..E MINHA MÃE TINHA PASSADO PELA PSIQUIATRIA!! TODOS OS DIAS CHEIRAVA ROUPA MINHA SUADA, QUE NUNCA LAVOU DEPOIS DE EU PARTIR, PARA TENTAR SENTIR MEU CHEIRO!! COISAS DA VIDA!!!
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    • Vitor Mota
      Victor Rosa
       o problema é que muita gente nova não sabe nada disto só lhe contam as histórias da carochinha e agora até tê, um "Rambo" para se orgulharem da excepcional capacidade guerreira do Portugal colonial.
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      • Surpresa
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    • Jose Monteiro
      Victor Rosa
       NÃO TIVE, FELIZMENTE, nenhuma situação parecida, a não ser a citada minha cunhada! Na minha aldeia, como em quase todas as outras, a religião era tida como uma coisa boa e eu achava que a igreja, pelo menos ao domingo, depois da missa, era o ponto de encontro de boa parte dos adultos e crianças!
      Minha mãe nos dizia, a todos certamente, que "primeiro as obrigações e depois as devoções!" Penso que não seria a questão da fé a que ela se referia, mas deve ter mudado alguma coisa a partir de certa altura, com a visita do senhor bispo da Diocese! E eu tive alguma acção nessa época:
      Para fazerem um brilharete, a professora dos rapazes e o senhor padre, decidiram que os 2 alunos mais capazes iriam aprender algumas frases em latim! Fomos escolhidos eu o o Acácio, filho de um dos sapateiros da aldeia e que já ajudava à missa há uns tempos! Fiquei entusiasmado, sempre era uma coisa nova o latim!
      Correu tudo bem, até ao final da penúltima semana antes da festa do Anjo S. Gabriel, que era na 2ª feira a seguir à da Páscoa, penso que era a da Pascoela!
      No final dessa penúltima semana a professora deu um lamiré do que se iria passar como nosso latim:
      - cada um de nós pegaria num dos cantos do manto do senhor bispo e... aí ruiu o projeto, porque de imediato eu a informei de que não faria tal coisa e que as aulas de latim acabavam naquele instante!
      Toda a semana seguinte, mal chegava à escola, já tinha a esperar-me uma sessão de 50 reguadas, 25 em cada mão, alternadamente e conferidas pela turma inteira, em coro!
      Minha mãe sabia, até se dava bem com a D. Graça e soube da cena das reguadas, como deve ter sabidos das sessões frequentes que eram mais que uma vez por semana! Eu arranjava sempre um motivo para levar a minha sessão!
      -antes da ida para a Guerra, estive em casa durante 3 dias e ficou assente, como já estava para outras ocasiões, nomeadamente quando aos 13 anos fui da aldeia para Lisboa: não gostava e não queria despedidas!
      Foi o meu sobrinho Silvio quem me acompanhou à estação da CP, levando 2 maletas carregadas no burro, uma com os meus livros e a outra com as poucas roupas que sempre tive! E no embarque foi igual, não quis que alguém fosse à despedida, mas um amigo ainda tentou fazer-me chegar duas garrafas de um brandy que ele vendia em exclusivo, mas eu não as vi, nem o amigo que as terá entregue a um elemento da Policia militar que sempre estavam nos embarques e desembarques! E no regresso sucedeu o mesmo, se alguém foi ver-me embarcar para Portugal eu nunca cheguei a saber!
      Gostava de me sentar, num dos pontos do Vera Cruz, foi quem me levou em Junho de61 e me trouxe em Outubro de 63, de modo a assistir às cenas mais emocionantes para delas ficar registo!
      Só um boato alterou a minha
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    • Jose Monteiro
      rotina da guerra: constou na aldeia que um furriel de Castelo Melhor tinha morrido em Angola e era eu o único que lá estava! Havia o meu amigo Anibal, que esteve 2 anos na escola da aldeia, sobrinho do meu padrinho, mas não era de Castelo Melhor!
      Tive qua andar a telefonar para alguns e pedir para informarem os restantes, que estava tudo bem !
      A minha intervenção na Guerra foi como destacado, logo em Setembro de61, tendo tomado parte na Operação Esmeralda, durante 26 dias, como responsável pela secção de Observação e Defesa Imediata, integrando a bateria de Artilharia 147! E da minha especialidade, Munições de Artilharia, apenas fiz um reabastecimento de Munições, do Grafanil para o Úcua, na noite de 1 para 2 de Dezembro de 1961!
      Tudo está registado em pormenor nos textos escritos há anos!
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  • António Freire
    Deus sabe as milhares de mães que sofreram a ver os seus filhos partir e muitas delas nunca mais os viram, o sofrimento da pessoa humana é a situação mais cruel que nos pode acontecer, só quem passa por ela pode dar o seu valor, portanto agarram-s… 
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