A UE fora do jogo!
O resultado da política dos “Simplícios” de Bruxelas.
Há dias escrevi sobre comentadores de televisão nacionais alcunhando-os de “simplícios”. Pobres diabos intelectualmente incapazes de distinguir uma opinião de uma análise, de terem um outro método de abordagem de fenómenos sociais que não seja o do agradar ao patrão e de seguirem a corrente das ideias feitas. Enfim, carregadores de trapos que querem vender como bandeiras.
Os “Simplícios” estão no poder nos estúdios. Era mau, mas o ridículo não os deixava sair das tristes figuras do “digámos”! Mas o grave é que os “simplicios”, outros “simplicios”, mais aguçados e perversos, estão no comando das operações da União Europeia. Podemos imaginar que somos, enquanto europeus, comandados pelo estúdio da SIC equipado com botões para sanções e fornecimento de lança roquetes! Os trios dos noticiários podiam estar em Bruxelas!
É nesse ponto que nos encontramos hoje. Em Bruxelas temos uma unidade de drones comandados do outro lado do Atlântico. Drones com casacos e tailleurs da casa Givanchy, ou Dior, mas drones! Seres programados e dirigidos.
Hoje é um dia negro para a União Europeia, consequência da sua política de guerra. Assisti através da Euronews à cerimónia em Istambul, na Turquia, de assinatura de um acordo de trânsito e exportação de cereais da Ucrânia a partir dos portos do Mar Negro.
O acordo entre a Rússia e a Ucrânia foi intermediado e patrocinado pela Turquia e pelas Nações Unidas, contrariando as políticas de guerra, de mais guerra e mais armas, e de bloqueio, dos EUA, seguida pela da União Europeia. Este acordo é um pequeno passo para uma futura solução do conflito.
Na cerimónia não estavam nem os Estados Unidos, evidentemente, por serem os verdadeiros patrocinadores da guerra, nem a NATO, o seu braço armado (de cujo espaço o Mar Negro faz parte). O grave é que a União Europeia não estava! A União Europeia, em vez de contribuir para uma solução, tem financiado a guerra e levado a cabo uma agressiva campanha de sanções económicas à Rússia por conta dos EUA. É um negro dia histórico: A União Europeia, que serviu e serve de instrumento de guerra por conta dos americanos, esteve ausente de um passo (pequeno, mas significativo) para a paz! Curiosamente (tristemente) a mesma União Europeia que recusou a entrada da Turquia, por ser autocrática e não defender os valores da Paz e da resolução pacífica de conflitos, nem os direitos humanos e etc, etc, fica de fora de um passo conduzido pela Turquia para uma futura solução negociada para uma complexa situação política numa zona de importância estratégica vital para a União Europeia, de onde recebia mais de 50% da sua energia!
Neste mesmo dia de um pequeno sinal de acordo para o fim da guerra em Istambul, os dirigentes da União Europeia anunciaram em Bruxelas que vão fazer pagar aos cidadãos europeus a sua política de guerra, com cortes de energia, inflação, desemprego, e, com esta significativa ausência de Istambul, dizem-nos que estão de fora do futuro, de qualquer solução futura. Dizem ao mundo e aos europeus que os países “democráticos” da União Europeia estão de fora de uma solução! Dizem que a União Europeia serve para bases de mísseis e de transbordo de material de guerra na Polónia e nos países bálticos, por exemplo, mas não para falar com a Rússia! Dizem que a União Europeia é boa para congelar contas bancárias da Rússia, mas não serve para desbloquear cereais de portos e de mares que a Rússia domina. A União Europeia é feroz nas contas bancárias, é uma organização de banqueiros e especuladores, mas não tem qualquer força para intervir na defesa dos seus interesses, sejam eles quais forem e não parece serem outros que o de servir de “cobrador do fraque” dos EUA!
A ausência de qualquer burocrata da União e de qualquer cabo da guarda da Nato (talvez lá estivessem disfarçados de motoristas) em Istambul deixa a União Europeia fora de futuras soluções. A União Europeia das senhoras Leyden e Lagarde, dos senhores Borrell e Mitchel não conta numa guerra que se trava nas suas fronteiras e que as suas máquinas de propaganda titulam como: “Guerra na Europa”!
É este o lugar que os europeus querem para si? As próximas eleições na Europa vão dar a resposta e ela não vai perdoar estas indigências.
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