ASPIRAÇÕES E FALHAS DA REVOLUÇÃO DE COR PLANEJADA NO CAZAQUISTÃO
Suporte SouthFront
Imagem ilustrativa
Em 7 de janeiro, um ponto de virada na situação de segurança no Cazaquistão tornou-se óbvio. Uma tentativa de revolução em outra ex-república soviética falhou e a situação está atualmente sob o controle dos militares cazaques apoiados pelas unidades de manutenção da paz da CSTO.
O envolvimento de forças estrangeiras nos “protestos pacíficos” no Cazaquistão foi declarado abertamente pelo presidente do Cazaquistão, Tokayev. Em sua recente declaração, ele afirmou que ali o forte aumento do preço do gás foi resultado do conluio de alguns funcionários do governo e empresários ligados ao capital estrangeiro.
Analisando o curso dos acontecimentos no país, pode-se supor que os “protestos pacíficos” fizeram parte de uma operação conjunta dos serviços especiais dos EUA e do Reino Unido. É provável que o MI6 tenha ganhado vantagem no plano de outra “revolução colorida”, já que é do interesse do centro britânico das elites anglo-saxãs interromper o próximo processo de negociação entre Washington e Moscou.
Se a recente tentativa de golpe na Bielorrússia foi coordenada a partir de um centro do MI6 implantado em Varsóvia, então Kiev e o chefe do atual regime na Ucrânia, o presidente Zelensky, que se reuniu com o diretor da inteligência britânica para fins obscuros há um ano, serviram como principal ponto de apoio para os serviços de Londres hoje. Como resultado, duas residências do MI6 foram criadas em Kiev, que, entre outras coisas, planejou o golpe no Cazaquistão.
Mukhtar Ablyazov
As principais figuras da oposição do Cazaquistão também estão agora em Kiev, incluindo Mukhtar Ablyazov, um oligarca fugitivo que anunciou recentemente sua disposição para liderar a oposição em sua terra natal.
Ablyazov é o ex-presidente do Banco Turan Alem (BTA Bank).
Ele foi considerado culpado de desvio de fundos do Banco e condenado a 20 anos de prisão em 2017, quando já havia escapado do país.
Em 2018, seu movimento “Escolha Democrática do Cazaquistão” (DVK) foi reconhecido como uma organização extremista e banido no Cazaquistão, pois pretendia tomar o poder por meio dos protestos organizados em 2019.
“Eu me vejo como o líder da oposição. Todos os dias os manifestantes me ligam e perguntam: “Estamos aqui: o que devemos fazer?”, – afirmou Ablyazov durante entrevista à Reuters em Paris.
Durante os protestos, ele pediu aos manifestantes que coordenassem suas ações com a sede remota do DVK, localizada na Ucrânia.
“Apelamos para coordenar ações no protesto pela mudança do regime de Nazarbayev. Você tem que entrar em contato com a sede do DVK “
O vídeo supostamente mostrando a sede do DVK em Kiev foi compartilhado online em 8 de janeiro. os acontecimentos no Cazaquistão. É um passo atrás das autoridades de Kiev depois que o fracasso completo da tentativa de revolução se tornou óbvio?
Leitor de vídeo
Leitor de vídeo
00:00
00:38
Os britânicos também são os principais acionistas do setor de petróleo e gás, o que lhes oferece várias maneiras de forçar a liderança do Cazaquistão a aumentar acentuadamente os preços do gás e desencadear protestos no momento certo.
Os apoiadores da oposição também foram encontrados entre a liderança do Cazaquistão, incluindo os chefes militares. Isso, por exemplo, é evidenciado pela apreensão rápida e sem vítimas do Gabinete de Segurança Nacional em Almaty, incluindo o arsenal. Bem como pelas subsequentes detenções em 6 de janeiro do ex-chefe do Comitê de Segurança Nacional do Cazaquistão Karim Massimov e outros funcionários sob acusação de traição.
Por meio de esforços conjuntos, as forças no Cazaquistão e a oposição na Ucrânia, juntamente com seus mentores ocidentais, estavam abrindo caminho para o lançamento da operação revolucionária, inclusive alimentando o descontentamento da população do país.
A revolução planejada estava marcada para a primavera de 2022, mas o ultimato de Moscou e o consentimento dos EUA nas negociações em Genebra forçaram Londres a se apressar.
Como resultado, os distúrbios no Cazaquistão se desenvolveram exatamente de acordo com o mesmo cenário que os da Ucrânia. A única diferença é o fracasso final.
Aparentemente, as apostas foram feitas na figura do presidente Tokayev, que nos primeiros dias dos protestos se comportou exatamente como era esperado pelos gestores dos protestos. Sendo um diplomata profissional, tentou resolver a crise na mesa de negociações.
Na noite de 4 para 5 de janeiro, quando os confrontos se tornaram violentos e instalações estratégicas em Almaty foram tomadas, bem como após conversas telefônicas com Putin e Lukashenko, Tokayev mudou de tática e rejeitou duramente as “formações terroristas controladas do exterior”.
Tokayev assume as funções de chefe do Conselho de Segurança em vez de Nursultan Nazarbayev, assumiu o controle total dos militares.
Esperava-se que, de acordo com o cenário ucraniano ou seguindo o exemplo do ex-presidente afegão Ghani, Tokayev fugisse do país, e a equipe de Ablyazov chegasse imediatamente ao aeroporto de Almaty para liderar outra revolução colorida.
Seguindo o cenário ucraniano, a antiga residência presidencial em Almaty foi simbolicamente queimada, e notícias falsas sobre a fuga de Tokayev do país foram divulgadas pela mídia.
Além disso, os desordeiros tiveram a informação vazada por alguns chefes de segurança sobre um depósito de munição no prédio da antiga residência presidencial, onde encontraram pelo menos 95 AK-74s.
Clique para ver a imagem em tamanho real
O aeroporto de Almaty foi o último ganho dos “manifestantes”.
Imediatamente após a destruição de alguns terminais, foi lançada uma operação antiterrorista, seguida de confrontos com as forças de segurança nos subúrbios da cidade. A operação dos “manifestantes” para tomar o aeroporto foi um fracasso. Como resultado dos combates, mais de 30 militantes foram mortos.
Imediatamente após o início da operação antiterrorista, a liderança do Gabinete de Segurança Nacional do Cazaquistão foi deslocada.
Como resultado, os traidores locais, atuando em coordenação com o centro da oposição em Kiev e seus supervisores estrangeiros, inclusive de Londres, não resistiram às duras medidas tomadas pela atual liderança do Cazaquistão e ao apoio decisivo de seus parceiros nos países da CSTO .
Os sonhos de Ablyazov de liderar o país após a violenta revolução parecem nunca se tornar realidade. Infelizmente, as vítimas da tentativa fracassada são sempre os moradores do país.
Sem comentários:
Enviar um comentário