Antonio Gil
Sobre a luta que actualmente travo (à contre-couer, maneira fina de dizer até contra o meu coração) com uma certa esquerda vendida a uma narrativa louca, tenho a dizer o seguinte:
- Acima de tudo sempre militei por causas. Uma a uma, essas causas foram sendo abandonadas, por ex camaradas. Comecei a militância política pelo pacifismo ecologista (tinha então 16 anos). Escrevi artigos, na altura, alertando para a possibilidade da guerra nuclear e da catástrofe nuclear. Na altura era uma causa que a esquerda em geral defendia. Já não é!
- Pelo percurso de vida e pelas leituras, considerei-me anarquista. Vivi momentos de luta dos okupas na Catalunha e na Inglaterra. Guardo memórias gratas desses momentos. Estive ''lá''. E também estive no vasto momento e movimento anti-apartheid em Londres no breve período que residi no Reino (dito) Unido. Já por aqui relatei períodos da minha vida, nessas circunstâncias.
Depois de 4 meses de ''experiência britânica'', voltei a Portugal porque -apesar do país ser membro efectivo da UE, percebi que teria um futuro talvez promissor, de escravo. O meu futuro já estava a ser deliniado por gente infuente da city e ele implicava não poder ser, nunca mais, um livre pensador.
Então surgiu essa personagem: uma mulher madura que agora designo como Josephine. Escocesa, ligada a cultos esotéricos, ela disse-me: não caias no canto da sereia. Volta ao teu país, aí terás alguma voz, aqui serás um boneco a quem é dada voz, quando convém.
Voltei ao país e não me arrependi: viver num meio tão paroquial - mesmo em Londres - não era de facto futuro, para mim.
Anos de militância anarquista, levaram-me a tertúlias, pinturas de murais: tudo inútil, de certa forma até contraproducente.
Achei que o BE poderia (já que me convidou para ser seu cabeça de lista por Viseu, em 2015) fazer alguma diferença: não fez. Nesse partido encontrei divisionismo, luta entre tendências ( com as quais nada tinha a ver e uma política internacional muito perversa, sempre (estranhamente? agora acho que não) alinhada com os propósitos imperialistas dos EUA ou seus satélites, incluindo ONGs como a Amnistia Internacional. o Human Rights Watch, mesmo quando isso não transparece já é muito evidente.
De qualquer forma: estou vivo, quero viver e denunciar a hipocrisia vigente. Quando disse isso, pela primeira vez, disseram-me que ficaria só. Um pouco como o agressor doméstico que garante à sua parceira que ela nunca mais encontrará quem a ame como ele.
Está a correr mal para essas pessoas: cada vez sou mais respeitado. E conquanto viva será assim: eu de facto não ando no mundo por ver andar os outros e nalgum ponto, as pessoas começaram a notar isso e -oh coisa chocante - a apreciá-lo!
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E digo eu,
que gostava de uma sociedade muito mais decente,
MUITO MAIS JUSTA,...FIÁVEL,...CONFIÁVEL,...SEM MISÉRIA!
Como te compreendo António Gil!!,....
Como acreditei no bloco, por pessoas como Francisco Louçã, Fernando Rosas, Miguel Portas, João Semedo, e outras sedutoras figuras, com muita substância e fascinantes,.... todavia,.... estremeci sempre com a posição do Bloco de esquerda sobre a politica internacional, muitas vezes contra países, dirigentes e povos que faziam esforços tremendos e que lutavam na primeira linha contra o império, as suas guerras assassinas, a nato e esta CEE do capitalismo selvagem, do neoliberalismo dominado pelo sionismo, a banca mafiosa, os altos especuladores e todos estes partidos que na essência, nem republicanos são,...eles não defendem a rés publica, a coisa publica, o estado social, a democracia que é o governo do povo e não das máfias da banca, da bolsa loba de valores, da altíssima especulação, dos mitómanos dos partidos e dos governos, que miseravelmente acreditam nas mentiras cientificas que nos impingem e que visam eternizar o altíssimo crime organizado e cientifico dominante. Cheguei a votar no Bloco de esquerda, alternadamente com o PCP, por acreditar nas figuras supra mencionadas,....MAS DESISTI! Apesar de tudo, ainda é o PCP, que me garante a defesa internacional, pelos povos e dirigentes que se querem libertar do império, da nato, deste capitalismo selvagem, do sionismo, do fascismo, e das desigualdades gritantes. MAL POR MAL O POMBAL COMO DIZIA O POVO NO TEMPO DO MARQUEZ DE POMBAL! Procuro, a justiça social, a igualdade, a equidade, a liberdade, a complementaridade, E POR ESTA ORDEM E NÃO OUTRA! O bloco e outra gente dita de esquerda, estiveram do lado do império e da nato com suas guerras malditas, no Iraque, Libia, Siria, Irão, e por aí fora,.....QUE ESQUERDA É ESTA?
Eu nem quero muito, já ficava super feliz, com a Social democracia da Dinamarca! já ficava feliz, com a verdadeira social democracia de WILLY BRANDT E OLOF PALME!
As palavras hoje, como as ideologias, como a etimologia das palavras, JÁ NÃO VALEM A PONTA DE UM CORNO!
Grande abraço ANTÓNIO GIL!!
NUNCA DEIXES DE SER COMO ÉS!!
ÉS UM ERUDITO COM MUITISSIMOS NEURÓNIOS ÉTICOS!!!
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