MEU MANIFESTO DE APOIO Á CANDIDATURA
DE JOÃO FERREIRA Á PRESIDÊNCIA DA
REPÚBLICA PORTUGUESA!!!
PALAVRAS INTRODUTÓRIAS…
Amigas, amigos e camaradas… nos últimos anos do fascismo crescia, exponencialmente, a contestação ao regime, que, dia a dia, se tornava mais insuportável para o POVO, mormente, para aqueles portugueses e portuguesas que tinham conseguido ultrapassar a mentalidade de escravos…
Recordo esse tempo por o ter vivido (sofrido) intensamente… e, recordo, especialmente, os dois últimos anos do fascismo, 1972 e 1973, que foram de grande congregação de vontades dos filhos desta Pátria que… não mais queriam continuar a ser escravos modernos num país atrasado, nem continuarem a ser carne para canhão numa guerra injusta e perdida, à partida, por ser feita à revelia dos ventos da História e contra o POVO e os POVOS que não mais suportavam a sociedade arbitrária e predatória onde o genuíno povo trabalhador era explorado sem piedade e a sua melhor juventude era mandada para uma guerra injusta e sem sentido, uma sociedade onde, à força de instrumentos da arbitrariedade, os mandantes, tentavam prolongar os cânones de uma sociedade que fosse, absolutamente submissa…
Recordo, aqui, especialmente, o ano, significativo… que foi o ano de 1973, ano do III CONGRESSO DA ACÇÃO DEMOCRÁTICA, e da congregação dos militares que, em ABRIL de 1974 haveriam de escrever a certidão de óbito do regime, de que tenho o orgulho de ter feito parte, tendo pegado em armas e comandado tropas, nesse Abril dos cravos que conformou os portugueses com a sua História…
Mas, meus amigos, eu recordo muito o mês de setembro desse ano de 1973 porque esse mês foi importante e promissor para a definição daquilo que vieram a ser os fundamentos, princípios e valores, sonhos, esperanças e perspetivas da REVOLUÇÃO DE ABRIL…
Naturalmente, eu recordo que, nos anos transatos ao 25 de Abril de 1974, o capitalismo estava em intensa crise e, por isso, por toda a Europa, o socialismo estava na ordem do dia… É preciso que a memória curta, de muita gente, que hoje forma a base social de apoio dos partidos que tentam sustentar este neoliberalismo troglodita, alguns dos quais surgiram com a liberdade oferecida pelos militares, não se esqueçam desse significativo mês de setembro de 1973.
No seguimento do árduo debate que foi o da discussão das Teses do III Congresso de Aveiro, onde os principais representantes foram os Comunistas e os Socialistas portugueses, estas duas forças políticas organizaram, nesse setembro longínquo, um encontro importante de onde saiu o acordo, ainda mais importante… que foi o dessas forças colocarem, na ordem do dia, para resolução inadiável da sociedade portuguesa, a luta contra o capitalismo e o fascismo e, também uma ação ordenada e concertada no sentido de uma alternativa social com vista à implementação de uma sociedade socialista, por, em conjunto, terem chegado à conclusão que, para nós hoje, é mais que evidente, que a verdadeira democracia, que, então já se almejava, só é possível ser democracia verdadeira com a queda do capitalismo e a criação de uma sociedade socialista, por não ser possível a sociedade justa e democrática num sistema onde a riqueza produzida por todo o povo ser fruída só por alguns… “ onde alguns privilegiados exploram a sociedade inteira”!!!
E foi por isso… e não por ordem do mero acaso, que houve uma Revolução de Abril, que colocou o socialismo como premissa, houve transformações sociais e houve a capacidade de congregação para se vir a implementar uma Lei Fundamental – a Constituição da República, garante dessas transformações e conquistas e, sobretudo, garante de uma situação em que não andassem, um relativamente diminuto número de portugueses, a comerem a vida e os olhos dos restantes, através de leis iníquas, muitas das quais já foram implementadas ou recuperadas da mentalidade do antes de Abril às custas da mutilação, que tem vindo a ser feita, da nossa Lei Fundamental, a Constituição da República, saída da Revolução de Abril, como uma das suas principais conquistas.
E, como apesar das sete mutilações da Constituição de Abril… ela ainda garante muitas salvaguardas à vida do Povo Português… e… o único candidato, daqueles que agora se perfilam para assumirem a “PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA é o militante comunista João Ferreira, que se propôs, com apoio das FORÇAS da CDU, é por essa razão, que esse jovem resoluto, honesto, justo, batalhador pelas causas da Grei, preparado e defensor inabalável, como se tem visto, da Constituição… que eu, militar que fui de Abril…apoio esse jovem lúcido e patriota e o seu espírito constitucionalista de Abril… porque considero que a Constituição da República é o maior espaldão e trincheira dos portugueses que querem ser livres, contra a mão abusiva e insaciável da ganância e da arbitrariedade daqueles que consideram que riquezas e bens, nomeadamente, direitos e deveres, não devem ter partilha coletiva…
Tendo em conta a História Pátria que invoquei, nomeadamente, as lutas pré-abril de Comunistas, Socialistas e outros patriotas, que lutaram e que, preto no branco, se comprometeram nos anos setenta, com a Revolução Portuguesa de Abril e com uma perspetiva de libertação, independência nacional, progresso e justiça equitativa… eu, no próximo ato eleitoral, por mim e solidário com essa humana gente…irei votar no candidato João Ferreira… e… considero que, para quantos que não meteram o verdadeiro sonho de liberdade nas gavetas, inclusive os verdadeiros socialistas que nunca se colocaram em contravenção com a sua sigla própria e todos os verdadeiros patriotas que ainda não fizeram tábua rasa da História Portuguesa e das suas sagradas lutas, para não fazerem das suas vidas contradições sem sentido, deveriam votar João Ferreira numa coerência de um SER e de um TEMPO que decorre desde o pré-abril até aos dias de hoje.
Matos Serra
Em 1-1-2021,
com um abraço terno e fraterno.
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