sexta-feira, 27 de novembro de 2020

SOBRE O CONTINENTE AFRICANO e SEUS LIDERS ASSASSINADOS, texto partilhado por Matos Serra...

 

Matos Serra
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Deixo lágrimas por nossa irmã África.
LÍDERES AFRICANOS ASSASSINADOS E DERRUBADOS PELAS FORÇAS DO IMPERIALISMO MUNDIAL
Actualmente quando se leva a cabo uma abordagem afrocentrada sobre diversos aspectos ligados à realidade politica, económica, social ou cultural africana, é comum a existência pessoas, que vestidas de uma aura eurocêntrica muito forte, auto-ódio desmedido ou simplesmente indiferença para com a realidade actual africana, colocar em causa a existência de uma mão invisível para quem anda a margem dos meandros da História de África e visível para quem possui o mínimo de consciência histórica, do papel desempenhado pelas forças do imperialismo no sentido de bloquear qualquer tentativa dos países africanos trilharem a marcha para o progresso e autonomia total com relação ao ocidente. Para muitos, quando se aborda sobre tais questões simplesmente afirmam tratar-se de vitimismo e discursos xenófobos.
Sendo assim, no presente artigo abordaremos de forma sucinta a influência do Ocidente na morte e queda dos líderes nacionalistas e panafricanistas que muito tinham a oferecer para a África, dessa forma condicionarem o desenvolvimento do continente por meio da cooptação e instrumentalização de novas lideranças que servem como marionetes programadas e agendes ao serviço dos interesses imperialistas em território africano.
Entre 1957, data da independência do Gana e 1987, data do assassinato do último dirigente panafricanista, Thomas Sankara 35 dirigentes africanos nacionalistas e panafricanistas foram assassinados. Esses líderes insubstituíveis em sua maioria, foram ultimados directamente pelas potências ocidentais ou através de seus lacaios locais. Ou seja, nas primeiras 3 décadas da descolonização, o continente africano perdeu seus mais importantes e talentosos líderes; estes foram substituídos por dirigentes politicamente inexpressivos a serviço das grandes potências imperiais do planeta.
Eis uma lista parcial das grandes figuras africanas, homens e mulheres que foram assassinados por defenderem a causa justa da emancipação total dos africanos:
1957- Dedam Kimathi (Kénya); 1958- Ruben Um Niobi (Camarões); 1959- Barthelemy Boganda (RCA); 1960- Felix-Rolant Moumié (Camarões); 1961- Jean Pierre Finant (Congo); 1961- Joseph Okito (RDC); 1961- Maurice Mpolo (RDC); 1961- Patrice Lumumba (RDC); 1963- Sylvanus Olympio (Togo); 1965- Pio Gama Pinto (Quénia); 1965- Mehdi Ben Barka (Marrocos); 1966- Ossende Afana (Camarões); 1968- Pierre Mulele (Congo); 1969- Eduardo Mondlane (Moçambique); 1971- Ernest Ouandié (Camarões); 1972- Jean Baptiste Ikoko (Congo Brazaville); 1973- Outel Bono (Chade); 1973- Amilcar Cabral (Guiné Bissau/Cabo Verde); 1974- Onkgopotse Tiro (África do Sul); 1975- Herbert Chitepo (Zâmbia); 1975- Josiah Kariuki (Quênia); 1976- Murtala Mohamed (Nigéria); 1977- Steve Biko (África do sul); 1977- Modibo Keita (Mali); 1981- Joe Gqab (África do Sul); 1982- Ruth First (África do Sul); 1983- Attati Mpakati (Zimbabwe); 1986- Samora Machel (Moçambique); 1987- Thomas Sankara (Burkina Faso);
COMO FORAM MORTOS ALGUNS LÍDERES PANAFRICANISTAS?
- Felix-Roulant Moumiè: Grande líder, importante pensador e teórico panafricanista, dirigente da União das Populações dos Camarões (UPC), foi assassinado com veneno tálio em um hotel em Genebra Suíça, pela "Mão Vermelha", uma secção do serviço de inteligência da França que se encarregava na época do extermínio dos dirigentes nacionalistas africanos nas colonias francesas.
- Patrice Lumumba: Primeiro ministro do Congo (ex Zaíre) assassinado em um complô urdido pelos Estados Unidos, a Bélgica e a França, foi executado em Katanga sob ordens directas do coronel Joseph Desire Mobutu, marionete dos Estados Unidos e da - Bélgica e aos cuidados dos traidores Moise Tchombe e Godefroid Munongo. Junto com Lumumba, foram assassinados Maurice Mplolo e Joseph Okito. Jean Pierre Finant, que fora capturado, Okito e Mpolo, seria executado separadamente na região do Kassai pelo fantoche Albert Kalonji
- Eduardo Mondlane: Presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), assassinado pelo serviço de inteligência de Portugal (PIDE), com uma bomba.
- Outel Bono: Grande dirigente Panafricanista da República do Chade, assassinado em plena Paris com duas balas no peito pelo serviço de inteligência da França (SDECE), que anteriormente executara Felix-Roulant Moumiè, líder panafricanista do Camarões e tivera participação na morte de Lumumba
- Amílcar Cabral: Grande líder panafricanista da Guiné Bissau, líder do Partido para Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), assassinado pelo serviço de inteligência de Portugal (PIDE), utilizando-se de traidores do próprio movimento.
- Murtala Mohamed: Líder populista e anti-colonialista, era presidente da Nigéria, quando fora assassinado segundo parece, pelos serviços secretos dos EUA (CIA) e da Grã-Bretanha (MI5), utilizando-se de traidores dentro do seu próprio governo.
- Steve Biko: Militante Panafricanista da África do Sul, foi assassinado durante a sua detenção, pelo governo do Apartheid. Foi um dos mais importantes líderes do continente africano e o fundador da filosofia da Consciência Negra.
- Modibo Keita: Grande panafricanista maliano, foi eliminado por um golpe de estado promovido pela França, através do general Moussa Traoré, por sua vez, foi ordenado à morte por crimes políticos, por roubo e corrupção massiva, mas perdoado pelo seu sucessor Alpha Omar Konaré, um dos grandes articuladores do chamado renascimento africano.
- Thomas Sankara: Primeiro-ministro revolucionário e Anti-Imperialista do Burkina Faso, foi assassinado a tiros em sua própria residência pelo actual, Blaise Campaoré, presumivelmente sob as ordens do governo francês, contra a qual Sankara estava em luta aberta.
- Lembrar que Kwame Nkrumah então presidente do Gana e líder panafricanista foi derrubado do poder em 1966 por intermédio de um golpe de estado patrocinado pela CIA, pela França e pela Inglaterra.
Ainda assim é lícito afirmar que o ocidente nada tem a ver com o subdesenvolvimento de África? Problemas como corrupção, pobreza extrema, nepotismo, banditismo, usura, peculato, analfabetismo, deficiente acesso à educação, sistema de saúde deplorável, etc são comuns em África mas quem financia as campanhas de presidentes africanos que reduzem milhões de pessoas à condições tão deploráveis?
Como um país consegue se reerguer tão facilmente com o assassinato de lideranças talentosas, brilhantes e com sentido de estado inquestionável? Quem é culpado afinal, aquele lacaio de desvia o erário público depositando em contas na Suíça ou aquele que mesmo sabendo que tais saques jogarão milhões à miséria mas ainda assim os financia e os aplaude nas sombras dos grandes gabinetes de poder e decisão? Factos são factos e estes têm sido evidentes, só não vê quem simplesmente não quer fazê-lo.
Como seria África de Kwame Nkrumah não fosse deposto e assassinado, Lumumba não fosse assassinado, Sankara não fosse assassinado, Bartelemy Boganda não fosse assassinado, Amed Sekou Touré não fosse assassinado, Amilcar Cabral não fosse assassinado… como seria?
Fontes:
Carlos Moore; A África que Incomoda: Sobre a problematização do legado africano no quotidiano brasileiro (2010)
Walter Rodney; Como a Europa Subdesenvolveu a África (1975)
Compilado por Eremita
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terça-feira, 17 de novembro de 2020

Texto de La Heine, por Lino Réquio + coment´rio meu...

 

🛑 A VACINA DA PFIZER AINDA ESTÁ A SER TESTADA,
O ANÚNCIO É PURA PROPAGANDA
NA PASSADA semana a empresa multinacional estado-unidenses Pfizer anunciava em grande alvoroço, que dispunha de uma vacina contra o Covid-19 com 90% de eficácia. Quase de imediato a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, anunciava que a vacina da Pfizer é uma das que Portugal prevê adquirir, acrescentando que se se verificar a eficácia da vacina, será "das melhores que teremos" para combater e epidemia. Pela mesma altura, o ministro da Saúde de Espanha, Salvador Illa, anunciava por sua vez que o governo espanhol comprará 20 milhões de unidades da dita vacina.
Os principais meios de comunicação de ambos os países festejaram a notícia como se a mesma significasse que, finalmente, se havia encontrado o remédio definitivo para acabar com o vírus. Mas, existem de factos dados científicos que justifiquem tamanho optimismo?
A dirigente da Red Roja e especialista em Saúde Pública, Angeles Maestro, mais conhecida por Nines Maestro, consultada sobre este tema pela Canarias semanal, explica que: “A verdade é que, até ao momento, o que existe acerca desta vacina é um comunicado da empresa, que reconhece, também, que a dita vacina apenas superou a primeira fase de testes, para iniciar agora a segunda e terceira fase”.
Maestro recorda, nesse sentido, que nem sequer se terminou os ensaios desta vacina e, portanto, não está avaliada nem pela comunidade científica internacional nem pela OMS.
“O que sabemos da vacina, na realidade, é que este anúncio propagandístico fez disparar o valor das suas acções e permitiu ao director-executivo da Pfizer, Albert Bourla, vender 62% das suas acções pelo valor de 5,6 milhões de dólares no mesmo dia. Exactamente o mesmo que sucedeu há uns meses com o anúncio da empresa, também norte-americana, Moderna”.
“Estamos perante uma campanha de propaganda, de autopromoção, e é uma tremenda irresponsabilidade que o governo espanhol tenha aderido ao movimento, não se sabendo se por pânico do coronavírus ou porque receberam alguma comissão”.
“Em qualquer caso, o certo é que estamos perante uma multinacional que espera embolsar centenas de milhares de milhões de euros, e para isso emitiu um comunicado de auto propaganda”.
Para a dirigente da Red Roja é fundamental denunciar a capacidade que têm as empresas farmacêuticas multinacionais para corromper os governos e todo o tipo de instituições internacionais.
“Isto”, clarifica Maestro, “não é uma mera opinião. Há que recordar que a própria OMS não teve alternativa senão admitir, há uns anos, que a sua comissão de especialistas em gripe A foram subornados pelas multinacionais fabricantes da vacina e medicamentos contra a doença, para que ocultassem os ensaios clínicos que não confirmavam a sua eficácia e esconder os efeitos secundários”.
“Em 2009 a Espanha (…) gastou cerca de 400 milhões de euros nestas vacinas e medicamentos que não foram utilizados, quando nesse ano de plena crise se faziam tremendos cortes no sistema nacional de saúde e outros serviços sociais”, lembra Angeles Maestro, para acrescentar: “O que quero dizer com isto, é que não podemos confiar nas multinacionais nem nos governos onde as portas giratórias estão na ordem do dia”.
Para Nines Maestro, a reclamação popular deve passar por lhes exigir que se comprem vacinas desenvolvidas em laboratórios públicos.
“Esta é a garantia de aquisição de um medicamento cuja produção seja o mais imune possível ao suborno das multinacionais farmacêuticas. E neste momento há países, como Cuba ou a Rússia, com laboratórios públicos desenvolvendo vacinas muito avançadas e também uma das três vacinas chinesas foi desenvolvida num laboratório 100% público.
Fonte: La Haine
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A VACINA DA PFIZER AINDA ESTÁ A SER TESTADA, O ANÚNCIO É PURA PROPAGANDA
Na passada semana a empresa multinacional estado-unidenses Pfizer anunciava em grande alvoroço, que dispunha de uma vacina contra o Covid-19 com 90% de eficácia. Quase de imediato a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, anunciava que a vacina da Pfizer é uma das que Portugal prevê adquirir, acrescentando que se se verificar a eficácia da vacina, será "das melhores que teremos" para combater e epidemia. Pela mesma altura, o ministro da Saúde de Espanha, Salvador Illa, anunciava por sua vez que o governo espanhol comprará 20 milhões de unidades da dita vacina.
Os principais meios de comunicação de ambos os países festejaram a notícia como se a mesma significasse que, finalmente, se havia encontrado o remédio definitivo para acabar com o vírus. Mas, existem de factos dados científicos que justifiquem tamanho optimismo?
A dirigente da Red Roja e especialista em Saúde Pública, Angeles Maestro, mais conhecida por Nines Maestro, consultada sobre este tema pela Canarias semanal, explica que: “A verdade é que, até ao momento, o que existe acerca desta vacina é um comunicado da empresa, que reconhece, também, que a dita vacina apenas superou a primeira fase de testes, para iniciar agora a segunda e terceira fase”.
Maestro recorda, nesse sentido, que nem sequer se terminou os ensaios desta vacina e, portanto, não está avaliada nem pela comunidade científica internacional nem pela OMS.
“O que sabemos da vacina, na realidade, é que este anúncio propagandístico fez disparar o valor das suas acções e permitiu ao director-executivo da Pfizer, Albert Bourla, vender 62% das suas acções pelo valor de 5,6 milhões de dólares no mesmo dia. Exactamente o mesmo que sucedeu há uns meses com o anúncio da empresa, também norte-americana, Moderna”.
“Estamos perante uma campanha de propaganda, de autopromoção, e é uma tremenda irresponsabilidade que o governo espanhol tenha aderido ao movimento, não se sabendo se por pânico do coronavírus ou porque receberam alguma comissão”.
“Em qualquer caso, o certo é que estamos perante uma multinacional que espera embolsar centenas de milhares de milhões de euros, e para isso emitiu um comunicado de auto propaganda”.
Para a dirigente da Red Roja é fundamental denunciar a capacidade que têm as empresas farmacêuticas multinacionais para corromper os governos e todo o tipo de instituições internacionais.
“Isto”, clarifica Maestro, “não é uma mera opinião. Há que recordar que a própria OMS não teve alternativa senão admitir, há uns anos, que a sua comissão de especialistas em gripe A foram subornados pelas multinacionais fabricantes da vacina e medicamentos contra a doença, para que ocultassem os ensaios clínicos que não confirmavam a sua eficácia e esconder os efeitos secundários”.
“Em 2009 a Espanha (…) gastou cerca de 400 milhões de euros nestas vacinas e medicamentos que não foram utilizados, quando nesse ano de plena crise se faziam tremendos cortes no sistema nacional de saúde e outros serviços sociais”, lembra Angeles Maestro, para acrescentar: “O que quero dizer com isto, é que não podemos confiar nas multinacionais nem nos governos onde as portas giratórias estão na ordem do dia”.
Para Nines Maestro, a reclamação popular deve passar por lhes exigir que se comprem vacinas desenvolvidas em laboratórios públicos.
“Esta é a garantia de aquisição de um medicamento cuja produção seja o mais imune possível ao suborno das multinacionais farmacêuticas. E neste momento há países, como Cuba ou a Rússia, com laboratórios públicos desenvolvendo vacinas muito avançadas e também uma das três vacinas chinesas foi desenvolvida num laboratório 100% público.
Fonte: La Haine
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  • Se fosse algum de nós a fazer tal declaração, poderíamos ser incluídos num dos grupos que alinham com as teorias da conspiração, ou atrevidos ignorantes ou até litigantes de má fé, crime este que parece estar fora da jurisprudência e do Código de Processo Penal! Mas não somos nós a afirmar da realidade do estado actual da VAC Pfizer e da MODERNA, mas os nossos maravilhosos meios de comunicação social, não se retraem de propagandear ambas, como se a partir de um dia destes, acordemos todos, ao som das trombetas da salvação!
    É precisa muita pachorra para aturar isto e tudo o que a isto se refere e é um mar de referências que nos massacram!
    O que não podemos evitar é pensar que esta gente, sem adjectivos para não melindrar, parecem estar a divertir-se com os que vão acreditando neles, mas, de facto, tramando-nos a todos, desconfiados ou não.
    Confinados vamos estando, até quando, até quando, até que a vacina que ainda não aprendeu a andar chegue, a cambalear!