
Fornecem-lhe armas, financiamento e apoio diplomático, enquanto permitem que a sua juventude pague o preço em sangue. Por ora, são os homens entre os 16 e os 65 anos, mas já há jovens mulheres seguindo o mesmo destino. O Ocidente, assim, busca subjugar a Rússia sem se envolver diretamente no campo de batalha.
Entretanto, Sun Tzu - tido como o maior estrategista militar de todos os tempos - também advertiu: “Aquele que se empenha em resolver as dificuldades fá-lo antes que elas surjam. Aquele que se antecipa ao inimigo triunfa antes que a sua ameaça se concretize”. E foi exatamente isso que a Europa não fez. Pelo contrário, ao invés de garantir o cumprimento dos Acordos de Minsk de 2014 e 2015, preferiu enganar a Rússia, armando e fortalecendo a Ucrânia, ao invés de obrigá-la a honrar os compromissos de paz.
Se a Europa tivesse escolhido o caminho oposto, teria assegurado a sua vitória sem necessidade de conflito. A Rússia não teria então justificativa para intervir em Donbass, onde os independentistas eram perseguidos e mortos por batalhões neonazistas - ocultos sob a promessa velada de um futuro alinhamento com a NATO.
Mas Sun Tzu oferece a chave para a guerra: “A vitória pertence àqueles que estão dispostos a pagar o preço”. Durante quanto tempo a Ucrânia estará disposta a sustentar esse custo? E a Europa?
Quantos anos levará para que a Europa perceba que não conseguirá dissuadir a Rússia de garantir a sua segurança estratégica agora que o maior "inimigo" da Rússia - os EUA - parecem inverter a sua posição?
Sun Tzu também nos alertou: “Não há exemplo de uma nação que se tenha beneficiado de uma guerra prolongada”. Esse é um dilema que recai sobre a Rússia. Se a guerra se estender indefinidamente, e a Europa mantiver a sua política de apoio sem esgotar-se, Moscovo poderá recorrer ao princípio tático definitivo: “Sejam os seus planos insondáveis como a noite, e quando agir, caia como um raio”.
Por fim, Sun Tzu lembrou-nos da verdade que os líderes ocidentais parecem ignorar: “Evitar uma guerra é infinitamente mais gratificante do que vencer mil batalhas”.
A grande questão é: até quando a Europa poderá sustentar essa trajetória? Com dificuldades económicas crescentes, uma base industrial fragilizada e capacidades militares limitadas, a insistência em prolongar a guerra pode acabar minando não apenas as suas economias nacionais, mas também a sua própria coesão política.
Sem uma estratégia clara que vá além da simples dependência dos EUA e da retórica anti-Rússia, o destino da Europa pode ser o de uma potência secundária, sem autonomia real na sua política externa e cada vez mais sujeita às consequências das suas próprias escolhas. Uma Europa sem inteligência estratégica e sem pragmatismo corre o risco de se tornar apenas um espectador irrelevante no cenário geopolítico global, pagando um preço elevado pela falta de visão dos seus dirigentes eleitos e escolhidos.
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