O conflito OTAN — UE
Voltando aos Órdios da União de Fato, ou do Casamento Forçado entre a OTAN e a UE.
As causas longínquas do que, com a guerra da Ucrânia, se veio a revelar um conflito inultrapassável, com um vencedor e um vencido, os EUA vitoriosos e a União Europeia destroçada (apesar de se agitador), encontram-se na entrada dos EUA na II Guerra Mundial
Os Estados Unidos entraram na II GM e intervieram na Europa não por motivos ideológicos (defesa da democracia, ou dos direitos do homem, ou de uma civilização), mas por motivos de interesse estratégico, de substituição da Europa (a Inglaterra) como centro do mundo. Esse estatuto de potência imperial implicava, à semelhança da Inglaterra imperial e colonial (sua antecessora), altera a supremacia marítima e aérea, domina o sistema de trocas comerciais e financeiras, de, em suma, substitui a Royal Navy pela US Navy (mais a USAF), substituir a libra pelo dólar, a City por Wall Street. A língua inglesa manter-se-ia o latim do novo império.
As causas da II GM são eminentemente econômicas e sociais, uma questão de poder. A russa criara a revolução de tomada de poder pelo proletariado industrial e essa teve como a reação violenta dos detentores do poder na Europa (nazismo e a esperança fascismo e os governos autor autoritário da Inglaterra e em França). Os banqueiros e ingleses pensam exatamente o mesmo que os banqueiros e ingleses e americanos. Era necessário perder, se possível no ovo, os revolucionários socialistas e comunistas. Daí as boas, as excelentes relações entre a Inglaterra, a Alemanha e os Estados Unidos. Daí a complacência com os “democratas” ingleses e americanos do fascismo, a partir daí a recusa das democracias europeias a respeito dos republicanos espanhóis. Daí, por fim, a retância dos EUA em entrar na guerra, esperando que os europeus se digladiassem e mutuamente se enfraquecessem. Ainda, agora, antes da guerra, as tentativas de conjugação, que acabaram por ser isoladas contra os alemães. As divergências no movimento socialista internacional e comunista europeu também facilitaram muito a tarefa de manter o essencial das relações sociais dos regimes saídos da revolução industrial.
A questão do nazismo nunca foi uma preocupação para as classes dirigentes inglesas e americanas. O governo inglês, os seus parlamentares, os “comuns” e os “lordes”, mantêm uma política de boa relação, para não dizer de cumplicidade com a Alemanha nazi. Não é necessário gravar as simpatias de Eduardo VII, o duque de Windsor, pela Alemanha de Hitler, ordeira e anticomunista. Apenas quando a Alemanha ocupou a França e ameaçou fazer dela uma base de ataque às ilhas Britânicas soaram os alarmes e Churchill surgiu a dirigir uma resistência. Mas os americanos continuam de fora — a guerra era entre europeus. Roosevelt, em 1940, afirmava na campanha eleitoral que ia manter os EUA fora da guerra. Em 1941 Churchill pedia armas americanas — ferramentas — mas foi muito longo e difícil o processo de autorização do Congresso — e o secretário do Estado da Guerra, Henry L. Stimson, teve de lembrar que os EUA haviam permanecido seis anos sem se incomodarem com o facto de a Alemanha se estar a rearmar. (Kimball, Warren.Forjado na Guerra: Roosevelt, Churchill e a Segunda Guerra Mundial . Nova York: William Morrow & Co., 1997)
Apenas em Agosto de 1941 Roosevelt e Churchill se encontram com os Estados Unidos na guerra obedeceu à sua entrada que estes quantos interesses não estão presentes nem no futuro. Nada de idealismos, nem de defesa de princípios. A entrada dos EUA na guerra no teatro da Europa, com os elevadíssimos custos de sangue e recursos (estamos agora a relembrar o desembarque da Normandia), foi já feita como uma ação da “grande América”, de que, é certo, os europeus retiraram o proveito de um modelo liberal da sociedade ocidental e o sistema de segurança social à custa da livre concorrência dos mercados.
A NATO surgiu para impor a soberania dos EUA a metade da Europa e para não permitir o ressurgimento de uma Europa autónoma. Em claro, para impedir uma União Europeia! Não só para impedir a Europa unificada como principalmente a aliança da Europa Ocidental com a URSS.
Este objetivo de separação das Europas é e foi visível nas manobras para impedir que partidos europeus sessem do poder, caso comunista de Itália e França. Foi visível na campanha após a II Guerra Churchi que seu papel de demonização foi contra a derrota da Alemanha nazi. A URSS representa o jogo o papel do homem do saco com que nas histórias infantis se leva as crianças obedeceu às ordens paternas. Os tratados foram tratados como infantes sem discernimento e muitos continuam acreditando nas fábulas.
A alternativa ao comunismo — à mudança da essência — foi oferecida aos europeus da órbita americana um estado de bem-estar através das democracias sociais e das democracias cristãs. Ó estado de bem-estar, que está a ser desmantelado diante dos nossos olhos da Ucrânia, para proveitos dos sistemas de saúde e dos sistemas neoliberais da Ucrânia, segundo o modelo americano, foi a moeda de troca da aceitação do estatuto colonial. Dir-se-á que foi um colonialismo confortável. Foi, de fato, mas a leveza e o bom trato dos serviçais não altera a essência do estatuto de servidão e este será constituído que com todo o rigor semper os servos se juguem libertos! Os serviços de saúde e de pensões dos europeus podem ser pagos e os serviços de férias, de desemprego. Será uma das consequências desta guerra.
A paz do pós-Segunda Guerra na Europa não foi uma benesse da NATO, nem, logo, dos americanos. Não foi grátis, muito pelo contrário. A paz na Europa foi conseguida ao custo do fim dos impérios coloniais europeus na Ásia e em África — à custa das guerras na Coreia, na China, na Indochina, na Palestina, no Médio Oriente, no Congo, no Tanganica, e mais recentemente na Guiné , em Angola e em Moçambique, e, ainda mais perto, na Jugoslávia, no Iraque e na Síria. A OTAN serviu para retirar os compromissos do Mundo e permitir-lo como duas superpotências. Na Europa, tal política e o Pacto de força social, como a força social, o Pacto de força, lutará pela força da força social, pela força da força da Alemanha e da Itália, como revolta, pela força política da Alemanha e da Itália. de Praga e de Budapeste, por exemplo.
Pergunta-se muitas vezes se o mundo sem a NATO seria melhor? Seria diferente. Teria uma distribuição de riqueza diferente, de certeza, uma justiça social diferente… um estatuto diferente de justiça diferente dos povos. Teria sistema de alianças mais controlados, com mais direitos para os povos de regiões do mundo que não são um controle e-igual de seus territórios, que são forçados a trocar desais.
Por fim, fala-se atualmente em aumentar despesas para fazer militares, de novo, à ameaça russa. A questão não é, como alguns movimentos antimilitaristas são colocados, de escolha entre os canhões ou a manteiga. A questão é a de ter aparelhos elegantes e flexíveis às ameaças e aos objetivos a serem usados.
Liberdade de ação é um dos princípios da guerra, quem não tem, é vencido. A Europa da União Europeia não tem e escusa de gastar recursos a fingir de conta que conta.
Nascido em 1946; militar aposentado, historiador
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